segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Começou a operação “Salva-Moro”, por Gustavo Conde

O país é um furdunço e vai se reorganizando muito lentamente, no ritmo do tempo histórico que é contado por décadas, não por anos. 

          Por Gustavo Conde

Começou a operação “Salva-Moro”, por Gustavo Conde

É comovente ver o Grupo Globo se lançando à mais uma tentativa de salvar Sergio Moro do esquecimento e da repulsa popular e coletiva.

Lamento dizer: será difícil, viu. O juizeco virou um farrapo humano. Só a lembrança da Lava Jato já faz o brasileiro levar a mão no bolso para pegar o lenço (porque não tem dinheiro). Nem o mercado financeiro quer ouvir falar desse passado justiceiro que empesteou o país de ódio e catástrofe econômica.

Mas, faço um alerta importante: se for para impedir o Lula, elite vai de Moro. Lula é o maior cabo eleitoral para ambos os lados, para a esquerda e para a direita.

Vamos assistir a essa operação Salva-Moro calados?

Enfim, que venham. Se a esquerda brasileira ficar comemorando a vitória do Joe Biden e criticando a Kamala Harris, Moro tem grandes chances.

Agora, cá entre nós: é tão engraçado ver a dedicação maternal da Globo em salvar Sergio Moro. Acho que eles até cumprem essa tarefa porque sabem que a militância digital progressista está perdida, lutando entre si, cheia de traumas e preconceitos. Devem pensar assim: “vamos que eles deixam”.

Ainda contam com uma força imensa das mídias progressistas, que replicam suas matérias de graça.

E, aí, temos de admitir, a contragosto: Bolsonaro tem se saído o melhor estrategista de comunicação política do país. Ele fez Moro desaparecer do mapa, coisa que a esquerda tentou anos a fio e não conseguiu. Fica uma lição amarga.

Explica-se: com essa elite que temos, com esse tipo de jornalismo que temos, com os segmentos progressistas se engalfinhando internamente, fica fácil ser gênio do mal.

É só jogar parado, como Jairzinho.

O país é um furdunço e vai se reorganizando muito lentamente, no ritmo do tempo histórico que é contado por décadas, não por anos.

Com a derrota de Trump, os balões de ensaio voltaram à toda. É Huck pra lá, Ciro pra cá… E Moro no banco de reservas. Se bobear, até a Marina Silva aparece (e seria bom que ela aparecesse, pelo menos para falar da devastação do Pantanal e da Amazônia).

Nessa dança dos candidatos de proveta, resta, de fato, observar com atenção a tentativa de ressuscitar o ex-juiz de Curitiba. Porque se essa tentativa fracassar – e ela tem tudo para fracassar – o prestígio residual da Rede Globo vai junto.

Não seria pouco para um país cansado de sofrer com esse oligopólio de mídia monstruoso e decadente.

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