Nonato Menezes
As razões do coração a gente nunca entende, daí fica a dúvida se há mesmo sentimento de pesar, lágrimas e silêncio de Bolsonaro, motivados pela derrota de Donald Trump nos EUA. Quem deu motivos para tal avaliação sentimental foi o próprio Bolsonaro, ao expressar um sonoro “I love you!”, dirigido, publicamente, ao presidente norte-americano.
Se as razões são as do coração, na dúvida, passo ao que de mais importante se desenrola entre os dois países.
Ao império, sem desprezar a força dos corações, conta o poder e a riqueza. Por ambos conspira, domina, mata e saqueia. É isso que tem sido feito ao longo de décadas, independente de quem esteja no poder. A “máquina mortífera” do Norte só aceita mudança de presidente, o script é o mesmo e continuará feroz como sempre.
Do lado de lá, com a eleição de outro presidente não muda nada para o Brasil. Os interesses e objetivos continuam os mesmos, facilitados, é claro, com o comportamento sabujo do presidente do lado de cá.
Se Bolsonaro e Trump se parecem ou se amam, isso não interessa aos EUA. E pouco importa se lá há mudança de presidente. Quem ganhou presidirá o mesmo império, e a ele só interessa nossas riquezas; tomadas, se for preciso.
O jogo das aparências, vendido como roteiro de um amor romântico durou pouco. Breve e não correspondido, se limitou ao “I love you” e à “expressão de dor da perda”. O outro coração, desdenhoso, arrogante e carregado de interesses, oportunamente diria ao mundo que Bolsonaro não passa de um Cucaracha emotivo.
Para Trump, para Biden e ao Império o que interessa é petróleo, outras riquezas e mais poder, por isso a ordem daqueles fatores não altera a defesa de seus interesses. Amor piegas, portanto, só para quem não tem vergonha e exacerba suas carências.
É disso que se trata. E justificaria um sincero pedido de Trump: não chores por mim, Bolsonaro!
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