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Aberturas de novas covas coletivas em Manaus-AM
Idiotas da objetividade é o termo utilizado para aqueles que tiram conclusões taxativas sobre os fatos do momento, sem capacidade de entender desdobramentos, correlações etc. O sujeito se atira do 10o andar, alguém o fotografa passando pelo 5o, e o idiota observará: mas até o 5o andar ele estava tão bem!
Vamos dissecar o pensamento semi-morto do idiota da objetividade.
Situação 1 – Trabalho: ônibus circulando lotados, com trabalhadores se acotovelando nos bancos e corredores.
Situação 2 – Lazer: festas de final de ano nas praias, com aglomerações.
Ambas as situações aumentam os casos de Covid.
O que diz o idiota? Se o trabalhador de contamina quando vai para o trabalho, porque impedir que se contamine quando vai se divertir?
Parte do pressuposto que é inevitável a contaminação na Situação 1.
Qualquer ser racional, que não fosse completamente idiota, lLembraria as recomendações iniciais, para que os ônibus não circulassem sobrecarregados. Cobraria dos prefeitos fiscalização, obrigatoriedade das empresas de ônibus não reduzirem as frotas, multas pesadas para empresas cujos ônibus fossem flagrados com superlotação?
Convenhamos, não é nenhum raciocínio sofisticado. Diria até que é óbvio.
O que faz o idiota da objetividade? Torna inevitável Situação 1, para justificar o liberou-geral na Situação 2.
Parte 2
Vamos agora à Parte 2 da idiotice.
Estou em Guaranésia, na Região de Saúde de Guaxupé.
Ontem, Guaxupé registrou 55 novos casos de Covid. Há 10 leitos de UTI para Covid, mais 4 que foram montados recentemente. Estão lotados. Cada paciente fica, em média, de 14 a 21 dias internado. As prefeituras decretaram estado de emergência.
Os reflexos das lambanças de final de ano ainda não chegaram. Leva de 15 a 20 dias para que os infectados desenvolvam sintomas e precisem de UTIs com respiradores, me informa uma enfermeira da Santa Casa. Quando precisarem, não haverá UTIs disponíveis.
Depois da porta arrombada, tenta-se remediar. A cidade entrou em isolamento total, assim como Guaranésia, como se o isolamento impedisse o vírus, já alojado no organismo dos incautos, de se desenvolver.
Mesmo nas cidades com administrações mais responsáveis, houve enorme dificuldade dos prefeitos em estender períodos de isolamento, porque alguns idiotas da objetividade, em veículos de massa, defendiam o inalienável direito das pessoas se infectarem.
Agora, muitos morrerão, não apenas os que furaram o bloqueio, mas outras pessoas que, necessitando de UTIs, não encontrarão. Ficarão em corredores de hospital, como peixes fora d ‘água, puxando golfadas de ar sem conseguir que os pulmões processem.
A suposta erudição dos idiotas da objetividade não lhes faculta ler gráficos, quando apontam em direção contrária às suas conclusões prévias, mas seria relevante.
Fiz um pequeno levantamento das curvas de casos aqui no Sul de Minas, a partir de Regiões da Saúde – que englobam vários municípios.
Guaxupé
Alfenas
Poços de Caldas
Lavras
Varginha
Pouso Alegre
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