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A decisão do STF de permitir o acesso da Polícia Federal às mensagens trocadas entre o general Eduardo Pazuello e por seus auxiliares, além da convocação para depor dos dirigentes e ex-dirigentes dos Ministério da Saúde relacionados ao combate à Covid-19 abre um terreno pantanoso à frente do oficial escalado por Jair Bolsonaro para ser o aviador – no sentido farmacêutico – de seu charlatanismo na pandemia.
Embora não haja nenhuma dúvida razoável de que o Ministério financiou, importou ou mandou produzir, distribuiu e recomendou medicação desconexa com a doença, podem sair daí os documentos que comprovem materialmente como o fez e como praticou a indução dos pacientes de Covid-19, tanto quanto a reação essencialmente “cloroquínica” aos sinais de descontrole da situação sanitária de Manaus.
Mas isso será incompleto de não se registrar neles – ou numa improvável confissão do próprio general – de onde vieram as ordens para o ministério comportar-se como um centro de curandeirismo, onde as poções do que se acredita “Jair de Deus” ganharam status de cura.
O que segue acontecendo, como se está vendo agora nesta decisão tresloucada de “trazer e apresentar à Anvisa” o tal spray nasal israelense em que, sem qualquer fundamentação científica sólida, Bolsonaro aposta como sendo a nova “cheiroquina” destinada a produzir milagres.
Os israelenses, que não são bobos, deixam correr a brincadeira mas, quando se trata deles próprios, fazem o que o Brasil não faz: vacinar em massa. Já imunizaram 76,25% de sua população, 30 vezes mais, proporcionalmente, do que se vacinou aqui.
Enquanto Pazuello estiver no Ministério, preocupação zero para Jair: o general paga o pato.
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