Foto: Pablo Jacob
Sergio Camargo segue impedido pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, desde junho, de se desfazer dos cerca de 300 livros do acervo da Fundação Palmares que considera “marxistas e bandidólatras”.
No entanto, num processo sobre o mesmo tema, em Brasília, as posições do bolsonarista foram endossadas por Cristiano Miranda de Santana, juiz federal da 5ª Vara Federal Cível de Brasília, em decisão que não prevaleceu em relação à do Judiciário fluminense.
Em 21 de junho, o magistrado negou um pedido feito por deputados do PSOL, do PT, do PcdoB e do PSB para manter intacto o catálogo bibliográfico da Palmares, na contramão do que a 2ª Vara Federal de São Gonçalo viria a decidir dois dias depois.
Na negativa, Santana ignorou o fato de que Camargo vinha dizendo publicamente que se livraria dos títulos e disse que os parlamentares não dispunham de “fatos concretos” para mover a ação. E foi mais longe.
Escreveu o magistrado:
“O que os autores pretendem, na verdade, é que, por ordem judicial, seja preservada a ideologia marxista, manuais de guerrilhas e revoluções, sexualização de crianças, pedagogia de educação sexual, entre outros temas que não guardam qualquer coerência temática com a Fundação Cultural Palmares e a promoção da cultura negra”.
Miranda sustentou ainda que Camargo, na verdade, vinha agindo de maneira “jocosa” e propondo uma “bravata”, sem dar sinais de que transformaria em realidade a doação. Hoje, os livros de Karl Marx, Max Weber, Caio Prado Jr. e outros autores estão separados do restante do acervo para um futuro “Museu da Vergonha”, segundo o próprio Camargo.
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