
Fontes: Rebelión [Imagem: Jair Bolsonaro em reunião com evangelistas em 2020. Créditos: RRSS]
Neste artigo, o autor argumenta que o apoio dos evangélicos, que foi crucial para o triunfo de Bolsonaro, está mudando de orientação porque a principal aspiração dos evangelistas com o governo de Bolsonaro está longe de se materializar.
Segundo a frase ou breve frase do poeta britânico Alexander Pope, "retificar é sábio", essa parece ser a atitude dos irmãos evangélicos brasileiros, quando, não tendo iniciado o ano de 2022, propõem-se a não continuar apoiando o Presidente Jair “Mesías” Bolsonaro do Brasil.
Lembremos que, em 2018, Bolsonaro venceu as eleições presidenciais com o forte apoio de uma grande maioria de lideranças evangélicas. Naquela época, o atual presidente tinha um discurso conservador que agradava à ala religiosa brasileira.
Atualmente, pastores, bispos e lideranças religiosas têm conversado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e outros nomes da esquerda, como Marcelo Freixo (PSB).
Nesse sentido, há a consciência de que Bolsonaro não terá a grande maioria dos evangélicos em 2022.
Agora, por que essa mudança em meus irmãos evangélicos brasileiros? Lembremos que os evangélicos optaram, entre outras coisas, pelo Bolsonaro, dada a oferta econômica do presidente eleito. Mas a atual realidade econômica do Brasil é dramática.
Segundo o pesquisador e analista brasileiro Juraima Almeida, 113 milhões de brasileiros recebem alimentação insuficiente e outros 19 milhões estão afundados na fome e na miséria. O cenário econômico é extremamente sombrio, com expectativa de aumento significativo da inflação. 40% da força de trabalho vive de empregos temporários, sem garantia de emprego, e 13% está desempregada. Cerca de 75 milhões de brasileiros sobrevivem em situação precária.
Acrescenta Almeida que, embora as pessoas passem fome, o valor atribuído aos investimentos em instalações militares, em linha com o orçamento previsto para 2022, ultrapassa largamente o previsto para a educação e saúde.
O levantamento do Datafolha revelou que pelo menos 37% dos brasileiros de baixa renda não têm alimentação suficiente para abastecer todos os membros da família em seu consumo. 45% dos desempregados admitiram não ter a alimentação necessária para a família.
Além disso, do percentual geral, 26% dos entrevistados admitiram não ter comida suficiente para alimentar a família. Dentro do setor de desempregados, um dos mais atingidos pela crise alimentar no Brasil, 45% admitiram que a alimentação é insuficiente para a família.
Essa é, pelo menos, a perspectiva econômica para o Brasil. Mas foram, pelo menos, três eventos que certamente fizeram os evangélicos mudarem de apoio ao Bolsonaro, para agora apostarem no Lula da Silva, vejamos:
Primeiro. Jair “Mesías” Bolsonaro, atual presidente do Brasil, até agora foi classificado com os adjetivos qualificativos de: fascista, racista, populista, misógino, violento, extremo, arriscado, machista, homofóbico, nazista, entre outros, mas também poderia ser até mesmo incendiário.
E isso para os evangélicos é “um mau exemplo”, “é dar um mau testemunho”, pois a moral (antiética) dos evangélicos é importante e essencial na vida dos cristãos. Ainda mais quando, Jair foi batizado na fé evangélica, no rio Jordão.
Segundo. Em relação ao último qualificativo de incendiário, a seguir, apresentamos algumas provas, suspeitas, evidências, de que o incêndio que varreu a Amazônia poderia ser provocado pela mão criminosa (indireta ou direta) de Bolsonaro.
Já candidato à presidência do Brasil, ele havia anunciado medidas que abririam caminho para o desmatamento da Amazônia. Seis meses após a sua gestão, altos funcionários do setor ambiental declararam que "a situação piorou", o impacto é enorme, no setor. O próprio Bolsonaro afirmou: “o desmatamento é promovido diretamente”. E do desmatamento às queimadas, há um passo.
b. A política do governo brasileiro é reduzir a legislação que protege a floresta tropical, e tem atacado e demitido funcionários cujo trabalho é proteger as árvores na Amazônia.
c. Jair "Messias", ao convidar o presidente dos Estados Unidos para ser parceiro na exploração dos recursos da Amazônia, passou a ser apelidado de "o Trunfo dos Trópicos". Por sua vez, o assessor de segurança de Bolsonaro declarou que era "uma bobagem que a Amazônia fosse patrimônio mundial". “A Amazônia é brasileira, herança do Brasil e deve ser tratada pelo Brasil em benefício do Brasil”.
d. "Dia do Fogo" é como o chamam os fazendeiros do sudoeste do Estado do Pará, dia em que, estimulados pelas políticas anti-ambientais do governo Jair Bolsonaro, atearam fogo a pastagens. “E limpar nossos pastos é com fogo”, disse um dos fazendeiros ao jornal Folha do Progresso.
e. Da mesma forma, o atual governo brasileiro retirou poderes dos órgãos de defesa da natureza, ao mesmo tempo que apóia a ocupação de terras na Amazônia, promove o roubo delas e decide o que fazer com elas.
f. En general, la decisión del gobierno de despojar la autoridad del Ministerio del Ambiente de Brasil, sobre los servicios de la silvicultura y la agencia del agua, demuestra falta de directrices claras para combatir el cambio climático y su cumplimiento de reducir las emisiones de gases de efeito estufa. Tudo isso reforça a sensação de mais desmatamento e mais terrorismo expresso nas queimadas.
g. Lembremos que a Amazônia em chamas pode ser uma estratégia imperial desesperada para penetrar e controlar essas terras. Não conseguiram entrar pela Venezuela, mas procuram qualquer desculpa para controlar os mais importantes recursos energéticos, minerais, aquíferos e medicinais do planeta, e o Bolsonaro é a chave forjada para consumar a traição mais preocupante da história de a Grande Pátria.
h. Outro fato alarmante e significativo que nos leva a nos questionar em relação ao caso em questão, é que, justamente nos dias em que Bolsonaro assume a presidência do Brasil, uma catástrofe ambiental acontece por acaso na Amazônia, quando os diques de uma mineração usina (Minas Gerai) rompeu, causando danos incalculáveis ao longo de 650 quilômetros na bacia do rio Doce. Dias depois do ocorrido, uma delegação "humanitária" com soldados e voluntários israelenses, ajudou na busca por 50 mortos, 300 desaparecidos e salvou os moradores afetados, nos perguntamos: será que alguém realmente acredita que um genocida e racista como Israel viajaria ao terceiro mundo para salvar a vida de latinos pobres e negros, bem na Amazônia?
i. Atilio Borón vê os incêndios assim: “16 dias ininterruptos de incêndios INTENCIONAIS na Amazônia, trabalho de grandes latifundiários para expulsar povos indígenas, desmatar e plantar soja. É o projeto do regime de Bolsonaro. Mais um crime contra a humanidade ”.
j. Existe relação do Bolsonaro com os incêndios na Amazônia? Diante de tal questão, deixamos três elementos finais, antes dos quais somos invadidos por suspeitas:
A Amazônia brasileira, considerada o "pulmão do planeta", ficou em chamas durante 16 dias e organizações denunciaram que o Governo de Jair Bolsonaro, tem mantido silêncio, diante do que denominou de "crime ambiental".
A Amazônia queima, enquanto Bolsonaro zomba: “É época de incêndios, me chamavam de“ Capitão Moto Sierra ”e agora sou“ Nero botando fogo na Amazônia ”.
Em meio a um grande aumento dos incêndios florestais que afetam a Amazônia e outras regiões do interior do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro deu a entender que ONGs que defendem o meio ambiente podem ter causado os incêndios que prejudicaram a imagem de seu governo. «Pode haver, não estou afirmando, ações criminosas dessas pessoas das ONGs para chamar a atenção para mim, para o governo do Brasil.
Terceiro . O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante o lançamento do Programa “Médicos pelo Brasil”, que previa a abertura de 18 mil vagas para profissionais de saúde, indicou que tal programa substituiria o programa “Mais Médicos”, criado em 2013, levar cobertura médica para regiões remotas do país (populações indígenas da Amazônia) e áreas mais pobres das periferias das grandes cidades brasileiras (favelas do Rio de Janeiro e São Paulo) atendidas por médicos cubanos, que retiraram cerca de 11.400 médicos.
A retirada dos médicos deveu-se às declarações ameaçadoras e depreciativas de Bolsonaro, intromissão no contrato dos médicos e ameaças de dificultar a permanência dos especialistas no Brasil. Bolsonaro mostrou desrespeito, ignorância e mentiu em relação ao programa de saúde cubano.
Suas declarações beiraram a ironia, citando o Comandante Presidente Hugo Chávez, falecido em 2013, em decorrência de câncer e que foi tratado em Cuba, além dos ex-presidentes Ignacio Lula da Silva e Dilma Rousseff também com diagnóstico de câncer, aos quais compareceram Médicos brasileiros e não cubanos.
O que é significativo nessas declarações é que Bolsonaro sempre foi muito crítico em relação ao programa “Mais Médicos”, e este lançamento do Programa de Saúde de seu Governo se presta a uma ironia doentia (indicando que o programa cubano deveria formar núcleos guerrilheiros no Brasil) e para tentar esconder o problema de saúde em sua administração.
E é que, de um modo geral, cerca de 29 milhões de brasileiros ficaram sem assistência médica, durante a noite, por conta do desligamento de especialistas em saúde. Sendo que, no Brasil, há escassez de médicos brasileiros, em vastos setores do país. Os cuidados de saúde são essenciais, tanto em áreas remotas como nas grandes cidades. “Não há médicos, nem brasileiros nem cubanos, não há nenhum tipo de atendimento médico”.
Muitos formadores de opinião da área da saúde brasileira concordam que são muitos os problemas com o sistema de saúde no Brasil. Não tem recursos para sustentar toda a população. Os pacientes podem esperar muitos anos por cirurgias e consultórios. Não há infraestrutura e faltam medicamentos básicos para atender a população. Muitos prefeitos brasileiros já alertaram que até 30 milhões de pessoas estão enfrentando uma crise de atendimento, muitas delas em áreas onde os médicos locais se recusam a ir.
Vários são os elementos que ameaçam a grave crise na saúde do Brasil, em primeiro lugar, a magnitude do território e suas diferentes características, fazem com que 70% dos profissionais de saúde realizem suas ações no sul e sudeste do país, enquanto no norte e no Nordeste do país, há municípios que não têm nem médico; em segundo lugar, há uma concentração desigual de médicos e enfermeiras, 66% trabalham nos centros urbanos, enquanto nos setores do interior do país, apenas 1%.
Quando falamos de ignorância e esquecimento por parte do Bolsonaro, em relação ao tema Saúde e Cuba, referimo-nos à ofensa aos muitos valores na história da ajuda e colaboração de Cuba com outros países, durante muito tempo. , e que começou em 1963 até hoje, como expressão da política internacionalista da Revolução Cubana.
Quanto ao prestígio da medicina cubana, não se sabe que os médicos de hoje são herdeiros do médico Carlos J. Finlay, que descobriu que o mosquito era o transmissor da febre amarela, sendo que em 3 de dezembro foi declarado o latino-americano Dia da Medicina.
Não sabe que na recente III Convenção de Saúde de Cuba 2018, evento global com a participação de pelo menos 90 países, o Diretor da OMS e o Diretor da OPAS valorizaram e elogiaram o Modelo de Saúde desenvolvido por Cuba, para atender às suas próprias necessidades e a contribuição que deu ao mundo, por meio de suas brigadas e contingentes médicos. E esta é uma realidade e verdade reconhecidas, embora Bolsonaro e seus comparsas e parentes neguem e não queiram.
Mas a Bolsonaro, tão reacionário quanto inculto, falta o espírito unitário, a fraternidade, a solidariedade, que deve prevalecer nas relações de todos os países da Nossa América e do mundo. A solidariedade de Cuba no campo da saúde com outros povos, tem se realizado com o objetivo de empreender uma luta pela Vida e pela qualidade de vida das pessoas. Isso se expressa nas palavras de José Martí que disse: “Cuba não implora pelo mundo: anda como irmã e age com a autoridade dela. Ao salvar a si mesmo, ele salva. Nossa América não vai falhar com ela, porque ela não vai falhar com a América ”.
E uma pergunta para o Bolsonaro: por que o Brasil, um imenso território latino-americano, com enormes riquezas e certo desenvolvimento, mantém índices mais baixos de saúde e bem-estar de sua população, se comparado a Cuba, nem garante atendimento médico gratuito a toda a sua população ? Porque não foi possível que a colaboração de Cuba com o Brasil tenha demorado muito, porque não se restabelece e continua dita colaboração?
Talvez seja pelo que diz um post nas redes sociais que diz: Agenda presidencial (de Bolsonaro): “de manhã fala merda; à tarde, negue que ele falou merda, e à noite; Explique a merda que você falou ”.
Concluímos que tanto a Criação quanto a Saúde de Deus são importantes dons do Criador para os cristãos, nesse sentido, parece haver uma luz que se irradia para os evangélicos brasileiros, querendo derramar a ação e as palavras de seu idolatrado presidente, para agora optar por Lula da Silva.
Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor sob uma licença Creative Commons , respeitando sua liberdade de publicá-lo em outras fontes.
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