domingo, 7 de agosto de 2022

Bancos refugam o convite de Bolsonaro para saquear miseráveis

Bolsonaro e Febraban (Foto: Agência Brasil / Divulgação Febraban)

Capitalismo brasileiro não quer ser diferente do que sempre foi. Quer apenas avisar que chegou ao limite na convivência com Bolsonaro e com o que ele representa

Por Moisés Mendes

Tem gente braba, à esquerda e à direita, com a adesão de banqueiros e grandes empresários aos manifestos em defesa da eleição e da democracia.

Tem gente em guerra com seus conflitos internos porque parte importante da elite do capitalismo se aproxima de Lula.

O capitalismo à brasileira não quer ser diferente do que sempre foi. Quer apenas avisar que chegou ao seu limite na convivência com Bolsonaro e com o que ele representa.

É só por isso banqueiros assinam manifestos, aproximam-se de Lula e informam que não cairão na arapuca do crédito consignado às famílias beneficiadas com os R$ 600 que dão uma sobrevida a Bolsonaro.

Bradesco, Itaú, Santander, Nubank e BMG já avisaram: não vão emprestar dinheiro para miseráveis. Se emprestassem, iriam tomar parte do Auxílio Brasil de quem não tem nada.

É o limite deles. Os banqueiros se negam a enfrentar uma situação que não vale a pena. E não querem pagar pela tatuagem na testa como agiotas de juros criminosos de 7% ao mês cobrados do pobrerio em desespero.

Os grandes bancos sabem que conceder empréstimos a essa gente seria saquear famílias famintas que terão os R$ 600 apenas até o fim do ano.

Que o butim autorizado e estimulado pelo bolsonarismo fique com as financeiras ou com quem acha que não tem muito a perder.

É uma decisão no contexto de uma deliberação de fundo. Não vale a pena continuar fingindo que aguentar Bolsonaro é menos pior do que suportar a volta de Lula.

Banqueiros, grandes empresários, latifundiários do agro pop e ricos ou quase ricos de outras áreas querem continuar ricos e se achando liberais ou alguma coisa parecida.

Só não querem ultrapassar os limites que seus escrúpulos estabelecem. Não há nada de errado, nem incoerência, nem paradoxos. São limites morais, éticos e de negócios.

Os ricos brasileiros estão dizendo que, para salvar o que juntaram e pretendem continuar acumulando, é preciso se livrar de Bolsonaro. E salvar os seus interesses hoje é salvar a democracia.

Se tiver que ser com Lula, que seja, porque a terceira via sempre foi uma miragem.

Os velhos bancos com cérebros e lucros analógicos, na encruzilhada da transição do setor para outros modelos, desistiram de cortejar gangues protegidas sob a asa de Paulo Guedes.

Assinem manifestos, tenham seus nomes ao lado de líderes da CUT, rejeitem ganhar muito dinheiro emprestando a gente faminta e salvem o que ainda pode ser salvo.

Não se trata de nada muito grandiloquente ou edificante. Ninguém está tentando salvar a alma.

Querem salvar a pele mesmo, ou o direito de continuar sendo o que são, sem ter que pagar proteção a um tenente e aos seus milicianos.

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