quarta-feira, 8 de março de 2023

O negócio da fome na América Latina

Fontes: GRAIN [Imagem: Pilhas de ossos. Pilhas gigantescas de doações de ossos para famílias carentes se espalharam pelo Brasil desde 2020, principalmente no Mato Grosso, no Cerrado brasileiro, símbolo da força do agronegócio, com o maior rebanho bovino do Brasil, 32 milhões de cabeças. Foto: Prefeitura de Bonito-MS.]

por GRÃO
https://rebelion.org/

O mundo enfrentou a maior taxa de inflação em 40 anos em 2022, mas a inflação dos preços dos alimentos é ainda maior. Em março de 2022, o Índice de Preços de Alimentos da FAO registrou um recorde histórico (159,7%) e, embora o preço internacional dos alimentos esteja caindo, continua nos níveis mais altos da história.

Insiste-se que as principais causas desta escalada de preços são as interrupções nas cadeias de abastecimento, primeiro devido à pandemia, depois à guerra na Ucrânia e aos bloqueios ao fornecimento de petróleo, gás, fertilizantes e produtos básicos como o trigo , milho e girassol, e a repetição de eventos climáticos extremos que têm prejudicado a produção de alimentos em todo o mundo.

No entanto, mesmo que a produção e as reservas de alimentos estivessem em níveis adequados para atender a demanda global, e com a queda do preço internacional do petróleo e do gás, entre 2020 e o início de 2023, o índice geral de preços de alimentos continua 14 % maior do que em 2021. Em Nas principais economias latino-americanas, a inflação acumulada de alimentos fechou 2022 em mais que o dobro do preço de outros produtos de consumo (ver Gráfico 1). O aumento médio do índice de preços de alimentos na região nos últimos 12 meses atingiu quase 12% em setembro de 2022, ante 7% da inflação geral (ver gráfico 1).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

12