quinta-feira, 7 de setembro de 2023

"Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange será morto", diz John Shipton

John Shipton, pai de Julian Assange (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)

Pai do fundador do Wikileaks também afirmou que o Brasil desempenha papel central na luta por sua liberdade


Em um programa especial da TV 247, o jornalista Brian Mier conduziu uma entrevista exclusiva com John Shipton, pai de Julian Assange, o renomado fundador do WikiLeaks. Durante a conversa, Shipton discutiu a importância do novo documentário "Ithaka", sua visão sobre o futuro de Julian e como a América Latina pode desempenhar um papel crucial na busca pela liberdade de seu filho.

O documentário "Ithaka" tem sido amplamente aclamado e já conquistou prêmios em Sydney, com participação em festivais de todo o mundo. Shipton ressaltou a relevância do filme, destacando que a América Latina desempenhou um papel fundamental em seu lançamento e distribuição. Ele enfatizou que, após a exibição do filme no México para uma audiência de 1,6 milhão de espectadores, eles agora trouxeram a turnê para o Brasil. Shipton explicou que a demora em chegar ao Brasil se deveu à necessidade de legendas e dublagem em português, uma etapa importante para tornar o documentário acessível ao público local.

Uma das principais preocupações abordadas durante a entrevista foi a possível extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, onde enfrentaria acusações relacionadas à divulgação de documentos confidenciais por meio do WikiLeaks. Shipton expressou profunda preocupação com a segurança de seu filho, afirmando que acredita que ele seria morto caso fosse extraditado para os EUA, dada a política externa americana e seu histórico de intervenções em outros países.

Brian Mier também questionou Shipton sobre o papel que países como o Brasil podem desempenhar para ajudar Julian Assange. Shipton destacou a importância da diplomacia e mencionou várias organizações e grupos latino-americanos, como a CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), o Mercosul e a Corte Interamericana, que podem pressionar os Estados Unidos a reverem as acusações contra Assange.

A entrevista também abordou o período em que Julian Assange teve asilo na embaixada equatoriana em Londres, durante o governo de Rafael Correa. Shipton enfatizou que o governo de Correa não era de esquerda, mas sim sensato e comprometido com a soberania do Equador. Ele ressaltou que Correa deu asilo a Assange, o que foi ratificado por organizações internacionais, e isso fortaleceu a posição do Equador na arena global.

John Shipton também mencionou figuras políticas nos Estados Unidos que expressaram apoio à liberdade de Julian Assange, incluindo candidatos presidenciais como Robert Kennedy Jr., Cornell West, Marianne Williamson e Sivek Ramaswamy, enfatizando que o tema de Assange se tornou um tópico importante nas eleições presidenciais americanas.

A entrevista abordou o impacto de Julian Assange na liberdade de imprensa global, destacando como sua prisão está sendo usada como exemplo para reprimir jornalistas em todo o mundo. Shipton acredita que o caso de Assange mobilizou jornalistas e sociedade civil, criando uma nova narrativa em torno da liberdade de imprensa e do direito ao conhecimento. A entrevista exclusiva com John Shipton fornece uma visão única sobre o caso de Julian Assange, sua luta pela liberdade e a importância de garantir a liberdade de jornalistas e a proteção dos direitos humanos. Shipton encorajou as pessoas a continuarem discutindo essas questões e a pressionarem por justiça, enquanto o mundo aguarda a resolução do caso de seu filho. Assista:



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