segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

EUA formando ‘administração colonial’ na Ucrânia – chefe da espionagem russa

FOTO DE ARQUIVO: O presidente dos EUA, Joe Biden, caminha com o líder da Ucrânia, Vladimir Zelensky © AFP / Susan Walsh

Washington disse ao presidente Zelensky para colocar funcionários com formação ocidental em funções-chave, afirma Sergey Naryshkin


Washington começou a criar “uma administração colonial” na Ucrânia composta por políticos locais que juraram lealdade aos EUA, disse o chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo (SVR).

O governo dos EUA exigiu que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, “remova” dezenas de funcionários de alto escalão, em quem Washington já não confia, dos seus cargos sob vários pretextos, afirmou Sergey Naryshkin na segunda-feira.

Washington quer que esses cargos sejam preenchidos por “ucranianos treinados no Ocidente, que juraram lealdade aos interesses americanos”, disse ele em comentários citados pelo serviço de imprensa do SVR.

“Como parte da política de vassalagem total da Ucrânia, os EUA começaram a formar o que é essencialmente uma administração colonial naquele país”, afirmou o chefe da espionagem.

De acordo com Naryshkin, as mudanças necessárias no governo ucraniano foram transmitidas a Zelensky durante a sua visita a Washington em dezembro.

“Os americanos estão pressionando para que a embaixadora ucraniana em Washington, Oksana Markarova, que se formou na Universidade de Indiana em Bloomington, assuma o cargo de primeira-ministra. O vice-chefe do Ministério das Finanças, Alexander Kava, que estudou na Universidade de Harvard, está sendo sugerido para o cargo de ministro das Finanças. O actual vice-chefe do Ministério da Economia, Taras Kachka, formado pela Escola Nacional de Administração Pública da Polónia (KSAP), é recomendado para o cargo de ministro da Economia”, afirmou.

A última mudança de grande visibilidade no gabinete ucraniano segue o padrão descrito por Naryshkin. O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, que substituiu o aliado de Zelensky, Aleksey Reznikov, no cargo no outono passado, costumava participar no programa Future Leaders Exchange, financiado pelo Departamento de Estado dos EUA.

A administração Biden, que possui um “dossiê de corrupção matador” sobre membros do círculo íntimo de Zelenksy, está ameaçando tornar esta informação pública se o líder ucraniano se recusar a dar luz verde às decisões pessoais desejadas, afirmou o chefe da espionagem.

“Zelensky percebe que os dados prejudiciais que os americanos possuem são capazes de destruí-lo como presidente. Nesta situação, ele continuará a dançar ao som dos seus mestres americanos”, previu Naryshkin.

Os EUA, que forneceram ao governo de Zelensky 111 mil milhões de dólares em assistência militar e econômica desde o início do conflito com a Rússia, já têm conselheiros incorporados em todos os principais ministérios ucranianos, mas Washington acredita que isso não é suficiente e está “aumentando constantemente a dependência feudal de Kiev”, disse Naryshkin.

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