quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Por que as oligarquias resistem ao nome de Mantega na Vale

Guido Mantega e Lula (Foto: José Cruz/Agência Brasil | Divulgação/PT)

Os acionistas privados da Vale não querem que seus dividendos estratosféricos sejam reduzidos com investimentos mais substanciais para o benefício do país

Marcelo Zero
brasil247.com/

No momento em que o crime da Vale em Brumadinho completa 5 anos de prática impunidade, a preocupação central da mídia é com a indicação de Guido Mantega à sua presidência.

A Vale foi privatizada, em 1997, por R$ 3,3 bilhões, aproximadamente RS$ 15,7 bilhões, em valores corrigidos. Entretanto, o valor mínimo de mercado da empresa foi avaliado em cerca de RS$ 60 bilhões, em valores de hoje.

Na época, a venda, a preços aviltados, foi justificada com o argumento central de que a exploração mineral não tinha mais “relevância estratégica” e que o futuro pertencia aos “materiais sintéticos”. O Senhor Lítio e a Senhora Terras Raras, entre outros, sabem bem disso.

Em 2021, a Vale lucrou R$ 121,2 bilhões, o maior lucro líquido já registrado por empresas de capital aberto no Brasil, com essa atividade sem “relevância estratégica”.

Apesar desses lucros bilionários, a Vale se recusa a investir em criação de valor agregado, como briquetização de minério de ferro ou siderurgia, e no impulsionamento de inovação e das cadeias produtivas nacionais.

Os acionistas privados da Vale não querem que seus dividendos estratosféricos sejam reduzidos com investimentos mais substanciais para o benefício do país e de sua população. Não querem investir no Brasil.

Essa é a questão essencial. O nome Mantega é algo acessório.

Pela mesma razão, os liberais privatizantes criticam a Petrobras por voltar a investir em refinarias.

Provavelmente também acham que refino e petroquímica não são “estratégicos”. E têm o cinismo de defender essa mentalidade arcaica contra o interesse público com pseudo argumentos ambientais.

As oligarquias brasileiras nunca tiveram visão estratégica e sempre se lixaram para o interesse público. Vivem, hoje, numa bolha ideológica neoliberal que estacionou no espaço-tempo dos idos da década de 80 e 90 do século passado.

Não chegaram ao mundo do século XXI e têm a ousadia néscia de dizer que o governo Lula está “voltando ao passado”. Criticam até mesmo a nova política industrial brasileira, numa conjuntura internacional na qual todos os países voltaram a investir pesadamente em suas indústrias. Querem um país extrativista e arcaico.

Querem manter a privatização dos lucros e socializar sua imensa estupidez.

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