Fontes: Rebelião
No dia 2 de junho, o México esverdeou os governos progressistas da América Latina com a retumbante vitória obtida nas urnas pela representante do Partido do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), Claudia Sheinbaum.
A porta-estandarte da aliança “Vamos Continuar Fazendo História”, formada por Morena, Partido Trabalhista (PT) e Partido Ecologista Verde (PVEM), obteve quase 60% dos votos, uma vantagem de cerca de 32% sobre seu adversário mais próximo, Xóchitl Gálvez representante da coligação formada pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), o Partido da Ação Nacional (PAN) e o Partido da Revolução Democrática (PRD).
Com o representante do partido Morena na presidência que entrará em vigor a partir de 1º de outubro de 2024, o México garante a soberania, independência e continuidade dos programas sociais lançados pelo presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO).
Para a grande maioria das nações latino-americanas tem sido um sucesso da democracia participativa que mantém essa nação ao lado dos povos e países progressistas da região.
Para além dessa decisão popular nas urnas, é inegável que a vitória de Sheinbaum está intimamente ligada aos avanços obtidos nos seis anos de governo de AMLO, que, com seus grandes dons como estadista, conseguiu dirigir a economia do país e adotar numerosos programas sociais em favor da população mais necessitada.
López Obrador liderou a nação no caminho do desenvolvimento, apesar dos desafios de ter um vizinho tão poderoso que sempre tentou controlar política e economicamente as nações latino-americanas.
Apesar da grave situação provocada pelos quase três anos de pandemia da Covid-19, a economia mexicana conseguiu crescer 5,9% em 2021; 3,9% em 2022; 3,2% em 2023 e deverá rondar os 3% em 2024.
Durante o mandato de seis anos, o salário mínimo foi aumentado em 120% acima da inflação e o poder de compra da população mais que dobrou. Além disso, os benefícios entregues às pessoas nas chamadas transferências monetárias cresceram em média 55%.
Dados do Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (conejal) indicam que quase seis milhões de pessoas escaparam da pobreza nesse período.
Foram muitas as conquistas econômicas e sociais durante a presidência de López Obrador e tudo indica que esta política a favor do povo continuará com Sheinbaum, que aos 61 anos, formado em Física pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM ) se tornará a primeira mulher a governar aquela nação.
Depois de se formar em Física, concluiu mestrado e doutorado em Engenharia de Energia pela UNAM e obteve doutorado no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos. Fez parte do Painel Intergovernamental de Especialistas em Mudanças Climáticas da ONU que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007, entre outras conquistas acadêmicas.
É uma fervorosa defensora da diversidade cultural, do Meio Ambiente, da defesa dos povos indígenas e dos direitos reprodutivos das mulheres.
Ela começou como figura pública em 2000 como Secretária do Meio Ambiente no governo da Cidade do México chefiado por López Obrador. Nomeada porta-voz da primeira campanha presidencial de AMLO, em 2014 participou da criação do Movimento Morena com o qual conquistou a prefeitura de Tlalpan (um dos 16 setores que compõem a Cidade do México), cargo que ocupou entre 2015 e 2017.
Depois de triunfar nas eleições de julho de 2018, tornou-se a primeira governadora eleita da capital, uma das maiores da América Latina.
Da mesma forma, pertence à Comissão das Nações Unidas para Políticas de Desenvolvimento; pesquisador do Instituto de Engenharia da UNAM e membro do Sistema Nacional de Pesquisadores e da Academia Mexicana de Ciências.
Durante a sua campanha eleitoral optou por apoiar um “México plural, diverso e democrático”, acabando com a corrupção, a impunidade, o abuso de poder e o enriquecimento ilimitado de alguns em detrimento da maioria.
Assegurou que trabalhará “com o povo, para o povo e pelo povo” e que só o povo, organizado, pode salvar a nação.
No plano econômico e social, afirma que manterá e consolidará os avanços obtidos durante os seis anos de governo de AMLO, além de construir uma centena de novos parques industriais e promover uma estratégia de relocalização dos principais sectores do país, entre outros ações.
Os países progressistas e soberanos da América Latina celebram com satisfação e alegria a vitória de Claudia Sheinbaum e estão comprometidos com a continuidade do México no caminho traçado por AMLO.
Hedelberto López Blanch, jornalista, escritor e pesquisador cubano, especialista em política internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
12