domingo, 23 de setembro de 2018

Exclusivo: as denúncias do diplomata Jobim, morto pela ditadura militar

      Luis Nassif

Primeiro morto político a ter autorização para mudar certidão de óbito, 39 anos após sua morte, a história do diplomata José Jobim é um caso clássico a ilustrar a falta de limites do regime militar brasileiro.

Não era guerrilheiro, nem militante, nem mesmo um crítico do regime. Era um diplomata aposentado que toda manhã saía de sua casa, usando uma indefectível gravata-borboleta, para suas rotinas diárias.

A entrega do pré-sal pelos traidores da Pátria

Stéferson Faria/Agência Petrobras


Nada, absolutamente nada prejudicou mais a economia brasileira, em todos os tempos, do que a entrega do pré-sal, a maior riqueza do país, às multinacionais do petróleo. Fala-se em ciclo do ouro, ciclo do açúcar, ciclo da borracha. Tivemos todos esses ciclos e não nos desenvolvemos porque, cada um a seu tempo, não resultaram em crescimento com distribuição de renda. O ciclo do pré-sal era a porta aberta para, finalmente, um ciclo de desenvolvimento completo. Foi liquidado por Temer e sua base.

Bolsonaro, Mourão e Guedes: o triplex do horror



Das várias coisas estranhas que estamos assistindo neste terminal momento tragicômico do Brasil, a candidatura de Bolsonaro, sem dúvida, é a maior delas. Uma candidatura sem projeto, sem campanha, sem partido (o PSL é uma ‘bactéria’ partidária), sem discurso e, evidentemente, sem sentido.

O sentido a ela, quem dá somos nós, do campo progressista. Nós lhe emprestamos um sentido porque somos dotados e humanidade e a característica mais eloquente da espécie humana é dotar as coisas do mundo de sentido, não importando muito se o ‘objeto’ observado é denso, rarefeito ou nulo.

A Argentina é logo ali…



Quem tem menos de 40 anos não sabe o que é viver em um país com hiperinflação e moeda fraca. Pode até já ter ouvido relatos dos pais de como as maquininhas de remarcação de preços trabalhavam dia e noite em velocidade supersônica, mas é uma realidade distante para essa parcela da população. É como tentar explicar a eles como viver em um mundo sem computador e internet. Simplesmente inconcebível.

sábado, 22 de setembro de 2018

Batalha mais importante é pela maioria no Congresso

Saulo Cruz


Estamos fazendo um grande esforço em escala nacional para assegurar uma maioria de deputados e senadores progressistas no Congresso Nacional. Se tivermos êxito, a questão presidencial passa a ser irrelevante. Um Congresso progressista afinado com propostas bem definidas de desenvolvimento nacional neutralizaria qualquer veleidade de um Presidente que tentasse usar o Legislativo como massa de manobra de interesses de grupos, como vem acontecendo de forma sistemática no governo Temer.

A estratégia que estamos usando para ter a maioria progressista é simples. Estamos mostrando ao eleitor como deputados e senadores votaram durante o governo Temer. Eles constituíram uma maioria espúria para votar contra os interesses dos trabalhadores na chamada reforma trabalhista, votaram a emenda 95 que zerou os orçamentos públicos por 20 anos, degradando as funções governamentais de saúde, educação e segurança, e acima de tudo literalmente venderam o pré-sal a preço de banana para as multinacionais.

EUA: O século de guerras perdidas

por James Petras
https://www.resistir.info/
Apesar de ter o maior orçamento militar do mundo, cinco vezes maior do que os seis países seguintes, o maior número de bases militares no mundo – mais de 180 – e o complexo industrial militar mais caro, os EUA não conseguiram ganhar uma única guerra no século XXI.

Neste artigo, vamos enumerar as guerras e analisar porque é que, apesar da poderosa base material para guerras, elas acabaram em fracassos. 

As guerras perdidas 

Os EUA têm estado envolvidos em múltiplas guerras e golpes desde o início do século XXI. Incluem o Afeganistão, o Iraque, a Líbia, a Síria, a Somália, a Palestina, a Venezuela e a Ucrânia. Para além disso, os serviços secretos de Washington têm financiado cinco grupos terroristas no Paquistão, na China, na Rússia, na Sérvia e na Nicarágua. 

FHC e Lula: a inveja por trás da tragédia brasileira, por Luis Nassif

     Luis Nassif


Há pessoas movidas pela ambição. Outras, pela luxúria, pela gula. Há os avaros e os irados, os preguiçosos e os soberbos. Mas nenhum pecado capital é mais inútil que a inveja, dizem os filósofos.

Desde os primórdios da civilização, filósofos, pensadores estudam o fenômeno da inveja e a pulsão do invejoso.

De Ovídio (43 da era cristã):

A inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o sol. nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas espessas [...]. A palidez cobre seu rosto, seu corpo é descarnado, o olhar não se fixa em parte alguma. Tem os dentes manchados de tártaro, o seio esverdeado pela bile, a língua úmida de veneno. Ela ignora o sorriso, salvo aquele que é excitado pela visão da dor [...]. Assiste com despeito o sucesso dos homens e esse espetáculo a corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este é seu suplício

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Sobre Bolsonaro. Para quem acha que estou exagerando. Por Kai Michael Kenkel

    Bolsonaro

Publicado no Le Monde Diplomatique
Publicado por Davi Nogueira

Cada um é formado pela sua história pessoal. Eu sou alemão, crescido nos Estados Unidos, acadêmico de relações internacionais (política). A guerra e a intolerância política afetaram profundamente a minha família. Isso me norteia politicamente.

Como alemão de minha geração, o ponto fixo inescapável que orienta toda a consciência na minha formação cidadã é o legado do fascismo: o Holocausto e a Segunda Guerra, e a firme missão de nunca deixar isso acontecer de novo, em lugar nenhum. Não existe nenhum princípio político mais sagrado que esse.