Mauro Santayana
(HD) - A compra de 100% da Atech, pela Embraer, e o
lançamento do Pólo de Ciência e Tecnologia do Exército mostram que - apesar do
reconhecimento de que estamos vulneráveis do ponto de vista cibernético - ainda
assim estamos evoluindo no contexto bélico.
A aquisição da Atech pela Embraer vai fortalecer uma das
raras empresas do setor, totalmente nacional, especializada em controle aéreo e
em soluções estratégicas de comando e inteligência.
O PCTEG será erguido junto ao Centro Tecnológico do
Exército, em Guaratiba, no Rio de Janeiro, e irá unir instituições de ensino de
engenharia, de pesquisa e de desenvolvimento da força terrestre, a grupos
privados e universidades, no projeto de novas armas e equipamentos.
No dia 6 de setembro, a imprensa anunciou a abertura de
negociações oficiais para a compra de sistemas russos de artilharia antiaérea
Igla e Pantzir pelo Brasil. O Pantzir pode detectar simultaneamente até 24
alvos, que estejam voando entre 5.000 e 10.000 metros de altura, a uma distância
de até 20 quilômetros.
Também no início do mês passado, anunciou-se que uma associação entre a
Mectron, a Avibras e a Opto Eletrônica vai começar a fabricar, ainda este ano,
em São José dos Campos, os primeiros protótipos brasileiros do míssil ar-ar “A-Darter”, de quinta geração,
desenvolvidos em conjunto com a Denel sul-africana, destinados a equipar caças
da Força Aérea, como o AMX.
No dia 17, foi anunciada a instalação, em Pomerode, de uma
fábrica da CZ (Ceska Zbrojovka), famosa fabricante tcheca de armamentos, que
irá produzir, em Santa Catarina, pistolas .380 e de 9 e 40 mm, e, talvez, o
rifle de assalto CZ- 805.
No dia 18, chegou à Base Naval do Rio de Janeiro o navio
“Araguari”, completando a entrega de três patrulheiros oceânicos de 18.000
toneladas (os outros dois são o “Amazonas” e o “Apa”), fabricados pela Bae
Systems, na Inglaterra - com cláusulas de transferência futura de tecnologia -
para a Marinha do Brasil.
Outras boas notícias apontam também para o fortalecimento da
indústria nacional e de nossa política de defesa.
Com a realização de nova reunião no Rio de Janeiro, da qual
participaram, entre outros países, a Argentina e o Equador, avança o projeto da
Escola Sul-americana de Defesa.
E, no início de outubro, a Avibras Aeroespacial, de São José
dos Campos, anunciou a confirmação de um contrato no valor de 900 milhões de
reais para fornecer lançadores de foguetes de saturação para o Exército da
Indonésia.
A encomenda é de 36 veículos Astros II, com centrais de
controle e munição, o que possibilitará, além do ganho de escala, a criação de
mais trezentos empregos diretos pela empresa.
A indonésia é o segundo cliente da Avibras na Ásia. O outro
comprador é a Malásia, que também já adquiriu baterias de mísseis do sistema
Astros, no valor de 500 milhões de reais.
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