O reitor da Unirio, o Dr. Luiz Jutuca, pisou na bola com um comentário “coxinha” no Facebook, replicando outro “coxismo” de uma professora da PUC, que reclamava de um tipo “povão” no Aeroporto. Jutuca disse que voar “perdeu o glamour”.
O Dr. Jutuca, talvez até de forma inconsciente, foi na onda do elitismo que domina muita gente neste país, inclusive nos ambientes que deveriam ser mais esclarecidos – as universidades – e entre os que tem os seus salários pagos por este “povão” que pode andar de avião.
A Dona Regina, musa deste blog, que fez o Brasil bater, em dezembro, recorde de viagens aéreas, pode não ter “glamour” para o Dr. Jutuca, mas é generosa e aceitaria, com certeza um pedido de desculpas.
Gente como o Dr. Jutuca é que gerou o absurdo que faz as empresas aéreas venderem, cobrando um pouco mais, poltronas em fileiras onde um assento é desperdiçado só para “não roçar no braço” de pobre, como se comentou na infeliz postagem.
O Dr. Jutuca pediu desculpas, mas a emenda ficou pior do que o soneto.
Usou sua assessoria como reitor para divulgar uma nota, quando sua postagem foi pessoal e ele não tinha razão para meter a instituição – onde estudou minha filha e estuda minha sobrinha e, por isso, é muito querida por mim – neste balaio.
E a nota é um exemplo do que um professor, que forma pessoas e caráteres, jamais deveria fazer.
Embora a foto não mostre nada de precário, ele tenta sair pela tangente, dizendo que estava falando da situação dos aeroportos.
Se, amanhã, um aluno do Dr. Jutuca for muito mal numa prova e culpar a pintura da sala de aula, o Dr. Jutuca vai achar correto?
E tem várias instalações da Unirio, que o Dr. Jutuca dirige, andam bem precária, o senhor sabe bem, sem que isso seja motivo para dizer que lá não se estuda, não se produz e dissemina conhecimento.
Inclusive para muita gente de posses modestas, que ralou e se sacrificou para ingressar numa universidade pública.
Todo mundo pode, algum hora, fazer um comentário preconceituoso, porque a cultura brasileira é cheia de preconceitos, e isso não é motivo para condenar senão o comentário, não a pessoa.
Mas tentar explicar o inexplicável já é defeito vários degraus acima, é não ter a ética de assumir seus erros e desculpar-se.
E olhe, Dr. Jutuca, o senhor se sairia bem melhor dessa “pisada na bola” se o fizesse.
Porque os alunos da Unirio, cada vez que vestirem uma bermuda, uma camiseta e um par de sandálias, neste verão infernal, vão lembrar que seu reitor, tão magnífico, pode ter glamour, mas não tem coragem de assumir o que diz.
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