Por Ivan Valente, no Facebook / http://www.revistaforum.com.br/
O Diretório Municipal do PSDB de
São Paulo, neste último domingo, 31, escolheu o vereador Mário Covas Neto como
presidente da sigla. Incríveis 71 pessoas participaram deste processo, número
assustadoramente baixo para a legenda que se intitula uma das principais do
país.
O encontro foi marcado pela mera
e mesquinha disputa de poder na máquina burocrática, semelhante aos que haviam
na República Velha ou República das Oligarquias. A polêmica girou em torno do
nome tucano que disputará a prefeitura de São Paulo no ano que vem. O debate de
ideias, as questões da cidade, políticas públicas, nada disso apareceu.
Realmente, como disse na semana
passada o vice-presidente nacional tucano, Alberto Goldman, “o PSDB não tem
projeto de país”. Projeto de cidade, pelo visto, também não há.
Zuzinha, apelido carinhoso pelo
qual Mário Covas Neto é trato por amigos e pela imprensa paulista, fato que não
nega a grande simpatia que há entre tucanos e jornalistas da imprensa oficial,
derrotou Fabio Lepique, do diretório da Mooca e ligado a José Aníbal. No
discurso de vitória, o presidente eleito disse que seu objetivo “é buscar o
entendimento em torno de uma única candidatura para prefeito”. Esse nome
apresentará o quê nas eleições? Dirá aos eleitores que foi muito difícil
construir um consenso no PSDB, e como tal façanha deu certo, ele merece ser
eleito também prefeito?
O grande vitorioso foi o
aristocrata Andrea Matarazzo. O próprio confirmou que “a vitória foi boa porque
fortaleceu o PSDB e consequentemente seu projeto de ser candidato”, como
relatou ao Estadão. Ou seja, o fortalecimento do partido é o fortalecimento
dele mesmo. Se a frase tivesse sido pronunciada por Prudente de Morais na
eleição de março de 1894 acreditaríamos.
Na epígrafe do manual das
convenções tucanas do Estado de São Paulo diz que “Nenhum partido vive dos
feitos passados. Vive do que realiza no presente e da visão de futuro que
oferece”.
Preocupante! Os feitos passados,
nos anos 90, foram recessão, desemprego e subordinação do país aos interesses
das potências estrangeiras. Os fatos recentes podem ser vistos na
intransigência de Alckmin ou na maneira pela qual Beto Richa trata os
professores. Sem falar de sua representação nacional, que na figura de Aécio
Neves tornou-se a retaguarda dos movimentos mais reacionários do país.
Em crise interna e sem projeto
para o Brasil, o PSDB reproduz práticas da república velha, associadas a um
discurso moralista dos tempos de Lacerda, sem atentar para o enorme telhado de
vidro que os cobre.
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