Por Thiago Henrique/
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Querem uma aula de
como funciona a manipulação da mídia? Vejam abaixo a reportagem do UOL “Marin
dividiria propina de R$ 346 mi por direitos de TV da Copa América”
Uma rápida reflexão
prévia:
O caro senhor que
recebeu a propina foi José Maria Marin. Corrupto, é o que apontam as investigações.
Até aqui todos comigo?
Quem pagou a ele a
propina foi a Traffic, empresa que é conhecida laranja no mercado da bola. Uma
intermediária. A Traffic é citada na matéria.
Porém, a propina era
pra garantir os.direitos de transmissão dos jogos da Copa América, certo? Pra
mostrar na televisão e ter muita gente assistindo e vender muita propaganda,
certo? E por acaso, quem transmitiu esses campeonatos?
É amigos. O poder da
Globo é tão grande, mas tão grande, que mesmo quando ela está atolada num mar
de estrume, convence todo mundo que é um mar de margaridas do campo.
Abaixo, leia a reportagem:
Marin dividiria
propina de R$ 346 mi por direitos de TV da Copa América
Do UOL
A investigação
realizada pela Procuradoria de Nova York descobriu que o ex-presidente da CBF
José Maria Marin seria um dos cinco beneficiários de uma propina de US$ 110
milhões (R$ 346 milhões, na cotação desta quarta-feira, 27) pagos pela empresa
uruguaia Datisa, criada pela Traffic e por outras duas agências de marketing
para negociações de direitos de transmissão da Copa América.
Marin e os outros
acusados receberiam o dinheiro por terem feito com que a Conmebol (Confederação
Sul-Americana de Futebol) e a Concacaf (Confederação de Américas do Norte e
Central) cedessem à Datisa os direitos mundiais de transmissão das edições da
Copa América dos anos de 2015, 2019 e 2023, além da edição especial do
campeonato em 2016, evento que será realizado nos Estados Unidos e reunirá
seleções de todo o continente americano.
De acordo com os
procuradores norte-americanos, o esquema foi fechado em janeiro de 2014, quando
Marin era o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e membro do
comitê executivo da Fifa. Já o representante da CBF na Conmebol, à época, era
Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, que não é citado nas
investigações.
Isso não quer dizer,
porém, que as autoridades investigatórias tenham concedido um atestado de
inocência ao atual presidente da CBF. Na realidade, o relatório dos
procuradores traz uma série de personagens chamados apenas de
“co-conspiradores”, que não tiveram seus nomes revelados pelo fato de a
procuradoria de Nova York não ter juntado, até agora, elementos suficientes
para sustentar um pedido de prisão.
O valor de R$ 346
milhões em propina não foi integralmente pago, já que o acordo previa que o
pagamento se daria em parcelas durante todo o tempo de vigência do contrato.
Até agora, dizem os procuradores, do total, foi repassado aos acusados um valor
de U$ 40 milhões (R$ 126 milhões).
Além deste esquema
na Copa América, segundo afirmam os procuradores, Marin recebeu também R$ 2
milhões anuais em propinas de parceiros comerciais para ceder direitos da Copa
do Brasil (torneio nacional disputado no país desde 1989). Além disso, a
própria CBF também foi implicada no esquema de propinas no valor de US$ 20
milhões (R$ 63 milhões) para contratos comerciais para a Copa América de 2019,
que será realizada no Brasil. Documentos obtidos durante a investigação
confirmariam o esquema.
Marin foi preso na
manhã desta quarta-feira em Zurique, na Suíça, ao lado de outros seis
dirigentes do alto escalão do futebol mundial. Os cartolas deverão ser
extraditados para os Estados Unidos e podem pegar até 20 anos de cadeia.
Propina na Copa do
Brasil
As propinas
relacionadas à Copa do Brasil, de acordo com a investigação, teriam começado
ainda na década de 1990. Durante 19 anos, um “alto funcionário da Fifa e da
CBF” pediu a transferência de valores ligados ao contrato de venda dos direitos
da Copa do Brasil. De acordo com o relatório do FBI, Marin aumentou o valor da
propina quando assumiu a presidência da CBF, em 2012.
Ele teria aceitado
ainda dividir o valor com dois dirigentes brasileiros. Os nomes, porém, não
foram mencionados pela investigação. Os pagamentos foram feitos por meio de
contas do banco Itaú, em Nova York, e do HSBC, em Londres.
O ex-presidente da
CBF, aliás, teria negociado pessoalmente os pagamentos ilegais relacionados a
Copa do Brasil. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em abril
de 2014, Marin viajou a Miami para participar de uma entrevista coletiva sobre
a Copa América de 2016. Lá, aproveitou para tratar do esquema de propinas
envolvendo o torneio brasileiro de clubes.
Durante uma reunião,
um dos pagadores da verba ilegal teria questionado Marin se seria necessário a
manutenção dos pagamentos “ao seu antecessor na presidência da CBF”, ou seja,
Ricardo Teixeira. Segundo os investigadores, Marin afirmou: “Já é hora do
dinheiro vir em nossa direção. Verdade ou não?”
O pagador da propina
(cujo nome não foi revelado) então teria dito. “Claro, claro. Aquele dinheiro
tinha que ter sido pago a você”. Marin confirmou: “É isso. É assim.”
Prisão na Suíça
Em Zurique, Marco
Polo Del Nero, atual presidente da entidade, saiu em defesa do dirigente. “São
contratos assinados antes da administração de Marin. Não há nenhum contrato
assinado depois”, afirmou Del Nero.
A CBF divulgou uma
nota no fim da manhã desta quarta-feira. A entidade afirmou que apoia as
investigações e defendeu a nova gestão. “Diante dos graves acontecimentos
ocorridos nesta manhã em Zurique, envolvendo dirigentes e empresários ligados
ao futebol, a CBF vem a público declarar que apoia integralmente toda e
qualquer investigação”, disse a entidade.
No texto, a CBF
afirma que “aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer
julgamento que previamente condene ou inocente”. Além disso, ressalta que a
“nova gestão da CBF, iniciada no dia 16 de abril de 2015, reafirma seu
compromisso com a verdade e a transparência”.
José Maria Marin, no
entanto, ainda faz parte da gestão atual, comandada por Del Nero. O dirigente é
vice-presidente da entidade máxima do futebol brasileiro.
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