(Jornal
do Brasil) - Se há uma cena emblemática, que passará à história, marcando a
visita da Presidente Dilma Roussef aos Estados Unidos, neste ano, esta será a
resposta dada pelo Presidente Barrack Obama, na coletiva de imprensa dos dois
líderes, na Casa Branca, à pergunta de
uma jornalista “brasileira”, dirigida à Presidente da República.
A
entrevistadora tinha acabado de voltar a se sentar e olhava para seu alvo,
depois de fazer a pergunta (quem quiser saber porque Dilma às vezes tem
dificuldades de falar de improviso, que se habilite a ser interrogado,
espancado e torturado ao longo de alguns meses, “travando” desesperadamente a fala e a mente para evitar
passar informações das quais depende sua vida e a de terceiros), sem conseguir
ocultar das câmeras a incontida e malévola expressão de quem estava pre-libando
a situação em que achava que ia colocar a Presidente da República.
Quando
Obama, que também foi indagado - em
outro explícito exercício de viralatice - sobre assuntos internos brasileiros,
dizendo - o que deveria ser óbvio para qualquer um que respeite a presunção de
inocência, o apreço à verdade e a
responsabilidade da imprensa - que não se deve fazer manifestações sobre
casos que ainda estão em julgamento, respondeu que o Brasil é, hoje, uma
potência mundial, e não de ordem regional, como pretendia sugerir, antecipando
descaradamente a posição dos EUA, a entrevistadora.
Ao
contrário do que muitos pensam, o Presidente Barrack Obama não interveio apenas
para ser gentil, embora ele tenha
problemas com a sua própria oposição de direita, e até mesmo de
extrema-direita, que vai dos representantes dos W.A.S.P. - os conservadores
brancos na Câmara e no Senado, aos latinos anticastristas e aos malucos
religiosos, anacrônicos e fundamentalistas do Tea Party, sem falar nos
“falcões” republicanos no Congresso, que acham que é preciso lutar contra
países como o Brasil, para tentar manter-nos “sob controle”. Contra ele, assim
como ocorre com Dilma, também há charges anticomunistas de inspiração fascista
na internet, embora o Presidente dos EUA possa ser, eventualmente,
graficamente, até mesmo associado ao
nazismo, por grupos externos que combatem
a política exterior norte-americana.
Ele
o fez porque se relacionava, a pergunta, a uma nação que é a quinta maior do
mundo em tamanho e população, com um território maior do que a extensão
continental dos EUA sem o Alaska.
Com um PIB que cresceu, segundo o Banco Mundial, de 508 bilhões de dólares em 2002 - (WB1 link) para 2.346 trilhões de dólares em 2014 (WB2 link)
Cujos
nacionais dirigem organizações como a FAO ou a Organização Mundial do Comércio.
Que
comanda as tropas da ONU no Haiti e no Líbano.
Que
tem a mais avançada tecnologia de exploração de petróleo em alto-mar, é o
segundo maior vendedor de alimentos do planeta, depois dos Estados Unidos, e o
terceiro maior exportador de aviões.
Que
pertence ao G-20 e ao BRICS - a única aliança capaz de fazer frente à aliança “ocidental” e anglo-saxônica
estabelecida nos últimos 200 anos, que é encabeçada, justamente, pelos Estados
Unidos.
Que
organiza a integração continental ao sul do Rio Grande, como principal nação da
CELAC, da UNASUL, do Conselho de Defesa da América do Sul.
Que é a sétima maior economia do mundo, o oitavo país em reservas internacionais, a pouco menos de quinze bilhões de dólares da sexta posição(monetary reserves link) e, segundo informações oficiais do tesouro norte-americano, o terceiro maior credor individual externo dos EUA, (US TREASURY link).
E,
finalmente, porque se ficasse calado, diante da enorme obviedade da resposta, teria sido ele, Obama,
a passar ridículo - como um anfitrião
que permite, entre horrorizado e constrangido, que ocorra uma monstruosa
“gaffe” em sua sala - e não a autora da pergunta.
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