Envenenamento por agrotóxico,
tiros e incêndio, fazendeiros utilizam de técnicas sujas para expulsar
indígenas. Conflito pode se intensificar durante este fim de semana
por Le Monde Diplomatique Brasil
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Envenenamento por agrotóxico,
tiros e incêndio; fazendeiros utilizam de técnicas sujas para expulsar
indígenas. Conflito pode se intensificar durante este fim de semana.
Desde o início do ano, uma nova
sucessão de ataques violentos de ruralistas contra acampamentos de retomada dos
guarani kaiowá tem ocorrido nos municípios de Caarapó, Juti e Amambai no Mato
Grosso do Sul.
Nos dois casos mais agudos dessa
ofensiva, as famílias da aldeia Te´’ýijusu1 têm denunciado o envenenamento
frequente por agrotóxicos despejados por um avião de propriedade de um
ruralista vizinho. No último dia 31, um ataque à tiros contra a comunidade de
Kurusu Ambá, município de Amambai, destruiu o roçado e carbonizou os barracos
das famílias que aguardam pela demarcação de suas terras.
Já no dia 2 de fevereiro, servidores da
Coordenação Regional da Funai em Ponta Porã e Coordenação Técnica Local de
Amambaí estiveram em Kurusu Ambá e testemunharam ruralistas utilizando máquinas
agrícolas para revirar o solo e destruir provas dos crimes cometidos com o
intuito de atrapalhar um possível trabalho de investigação pericial. A Funai
teme que durante o feriado do Carnaval, os ataques se intensifiquem, visto que
grandes parte das pessoas que atuam nos serviços de justiça e segurança pública
não estão em plantão.
Receosas pelo que pode acontecer
nesse período, lideranças indígenas pedem a presença da Polícia Federal e da
Força Nacional de Segurança, uma vez que não confiam na atuação das tropas de
segurança regionais. Em comunicado, a Aty Guasu (Grande Assembléia do Guarani e
Kaiowá) convocou suas lideranças à resistência e ressaltou a necessidade da
proteção do governo federal. “A Polícia Federal não compareceu ao tekoha Kurusu
Amba. As lideranças guarani kaiowá estão pedindo apoio às várias aldeias para
proteger as crianças e idosos massacrados em ataque a tiros pelos pistoleiros.
Todas as lideranças e as comunidades do povo guarani e kaiowá (47 mil) estão
preocupadas com a ataque à comunidade de Kurusu Amba. Antes de tudo insistimos
na presença da Polícia Federal e da Força Nacional na região de ataque a Kurusu
Amba”, adverte o comunicado. Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
classificou a situação como inadmissível. “Há descaso das forças de segurança,
que até o momento sequer estiveram no local para garantir a mínima integridade
dos indígenas e impedir que novos ataques ocorram”, diz a entidade, acusando as
administrações de fazer um “jogo de empurra-empurra entre Polícia Militar,
Polícia Federal, Departamento de Operações da Fronteira (DOF) e Força Nacional”,
alerta o Cimi.
Fonte: Cimi
1 – Ataque filmado pela
comunidade Guarani Kaiowá :
https://www.youtube.com/watch?v=qQn7SpbVsdQ
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