EMIR SADER // http://www.brasil247.com/
Lula começou a desenvolver na Avenida Paulista, seu novo
discurso, de quem assume um cargo no governo Dilma. Depois do discurso para
congregar a militância de esquerda, os movimentos sociais, os eleitores da Dilma,
que o levou a dizer, no auge desse movimento, no aniversario do PT, em 27 de
fevereiro, no Rio, de que acabava o “Lula, paz e amor”, na Avenida Paulista
esboçou o que vai ser seu discurso desde o governo: um discurso nacional.
Toda a ação da
direita tem sido não apenas para
criminaliza-lo, mas também para tentar destitui-lo da condição de único
dirigente politico com credibilidade para poder restabelecer a unidade
nacional, por ter dialogo com o PMDB, com grandes setores do empresariado, com
os movimentos sociais, com a grande massa da população que antes do seu governo
estava excluída dos direitos fundamentais. Para isso ele voltou ao Lula, paz e
amor”, falando para o povo como todos os
direitos conquistados por ele foram graças à democracia e que, sem ela, serão
portanto as principais vitimas da sanha golpista.
Por isso Lula pregou a paz, o entendimento, o convívio na
diferença, o debate de alternativas para o país. Pregou contra o ódio, a
intolerância, falou de como a democracia é o único marco em que as diferenças
podem caber. Chamou aos empresários à retomada do crescimento econômico, marco
em que eles mais prosperaram, no seu governo.
Lula retomou a necessidade de que os brasileiros voltem a
gostar e a confiar no pais, condição de que todos participemos de soluções à
superação da crise. Lula sabe que a direita so poderia triunfar diante de um
povo desmoralizado e desesperado, cansado de tanta crise e denuncia,
desesperançado no Brasil.
É o discurso nacional com que ele pretende colaborar para o
resgate do governo da Dilma e sua recuperação, da animação econômica, do
crescimento e da distribuição de renda. Lula se ocupara’, entre outras funções,
do PAC, a que ele imprimira o dinamismo que teve no seu governo, incluindo um
novo impulso no Minha casa, minha vida.
Por isso Lula é
inaceitável para a direita brasileira. Porque ele tem plenas condições
de desmontar o discurso que subjaz a todo o plano golpista: o de que o Brasil
não dá certo e de que o principal problema do pais é a corrupção e não a
recuperação do desenvolvimento com distribuição de renda.
Lula conviveu perfeitamente com a direita durante seu
governo, mas a direita não suporta a convivência com ele e por isso joga todas
suas cartas, as mais abjetas, para tentar tirá-lo da vida política e tentar
fazer do Brasil o que eles bem entendem, o que o Macri esta fazendo na
Argentina (onde, em abril, volta uma missão do FMI para controlar a aplicação
dos ajustes impostos pela carta de intenções vinculadas aos novos empréstimos).
Quem incomoda a direita é o “Lula, paz e amor”, o que montou
uma arquitetura politica que permitiu o Brasil viver o momento mais virtuoso da
sua historia. E’ quem pode desmontar o clima de ódio e intolerância de que se
alimenta a direita. E’ quem pode permitir o resgate do Brasil que dá certo, com prestigio com seu povo e com prestigio
no mundo. O pais que notabilizou o Lula como o campeão mundial da luta contra a
fome, que o projetou como o grande líder politico na luta democrática contra a
desigualdade no mundo.
Isso é insuportável para a mídia, que tenta projetar uma
imagem de um Lula “perigoso” para as instituições democráticas, quando ele é a
via possível de resgate da democracia em risco no Brasil. Se fosse expulso da
vida politica, estaria aberto o campo para a ditadura do grande capital
financeiro, para lideranças autoritárias e de cunho antidemocrático e
antipopular – a que Moro e congêneres sao candidatos a títeres.
Não cabe na democracia um Judiciário que se tornou o oposto
da Justiça, que se tornou sinônimo de arbitrariedade, truculência, cometidas
por juízes de notório vínculos politico-partidario, que pretendem se valer da
exorbitação dos seus cargos para praticar a perseguição politica contra quem
obstaculiza o caminho do golpe, contra quem representa uma liderança popular e
democrática, como é o caso único no Brasil de hoje, o caso de Lula.
Ou a democracia liquida essas víboras insinuantes do golpe
jurídico-midiatico-policial, ou eles destruirão a democracia que está apenas em
processo de construção, à qual Lula deu um conteúdo social de que ela carecia. Éramos
uma democracia que pregava a igualdade diante da lei na Constituição, mas que
convivia com ser o pais mais desigual do continente mais desigual do mundo.
Por isso é perigoso para a direita, que não consegue
conviver com seu discurso de democracia social e politica, de resgate da auto
estima dos brasileiros, da imagem do Brasil no mundo como líder na luta contra
as desigualdades. Porque a direita caminha celeremente para um projeto de
restauração conservadora, disfarçado de luta contra a corrupção e de desmonte
do Estado brasileiro. Lula os chama para o convívio no marco da democracia, mas
esse seria o caminho da derrota do projeto golpista da direita.
Lula se erige como o líder de um projeto que breca o
golpismo e resgata o desenvolvimento
economico com justiça social.
Por isso ele tornou-se insuportável para a direita que
aderiu assim, com todas suas forças – jurídicas, midiáticas, financeiras,
policiais – a um novo golpe contra a democracia. A existência da maior
liderança popular e democrática da historia do Brasil é seu grande obstáculo.
Por isso a defesa do Lula tornou-se, via ação
golpista da direita contra ele, a defesa
e o aprofundamento da construção da democracia no Brasil.
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