quinta-feira, 21 de abril de 2016

PREDADORES DO BRASIL - FIESP, o clube dos sonegadores de impostos

FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo apoiou a Ditadura

Pio Redondo foi atingido por um instrumento contundente e perdeu três dentes quando tentava participar de um cordão de isolamento para evitar que militantes favoráveis ao golpe acampados em frente a Fiesp, agredissem grupos contrários, que também faziam uma manifestação na avenida; “Estamos de parabéns! Defendemos nosso território e nosso ideal”, comemorou nas redes sociais o grupo autodenominado Resistência Paulista
Fiesp estimula e Alckmin permite que golpistas armados ocupem a Avenida Paulista, diz jornalista agredido

Por Redação // http://www.revistaforum.com.br/

Agredido no último domingo (24/04) pelo grupo favorável ao golpe que ocupa a calçada da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o jornalista Pio Redondo perdeu três dentes e se recupera nesta segunda-feira. Ele relata ter sido agredido por um instrumento contundente e inclusive identificou o homem que seria responsável pela agressão.
Ele filmava a manifestação contrária ao golpe e relata ter feito parte de um cordão de isolamento para evitar um confronto entre os dois grupos. Pio disse que levou os golpes quando tentava evitar que uma das jovens contrárias ao impeachment fosse agredida. Ele relata que o grupo acampado tinha paus, barras de ferro e canos, que foram usados para espancar outros grupos.

Para o jornalista, o apoio da Fiesp a esses grupos e a omissão das polícias comandadas pelo governo Alckmin são responsáveis pela violência protagonizada pelos acampados.

Leia o relato que Pio Redondo escreveu:

“Meus caros, obrigado a todos pela solidariedade! O clima provocado por esses moleques estava tão tenso e violento que foi muito, muito difícil evitar uma tragédia ali. Com certeza.
Mesmo com os caras ensandecidos, com barras de ferro, canos e porretes, a moçada, inconformada com as ameaças ostensivas, ofensas e agressões físicas, foi pra cima.
Não duvido que nas barracas haja outro tipo de arma. Cadê a PM do Alckmin? Os caras têm de sair de lá!

Não levei um soco. Foi um daqueles “instrumentos” que eles portavam. Veio de lado no meio daquela confusão enquanto tentava separar as pessoas. Três dentes a menos. Estou tomando as providências legais. Os caras tem de sair de lá, não são donos da calçada. A Paulista é a expressão da democracia em São Paulo.

Isso aí a Fiesp estimula e o governo Alckmin permite. São os ‘responsáveis’. Imagine controlando o país?

Não vai passar, não vai ter golpe!”

O Sindicato dos Jornalista de São Paulo, divulgou uma nota de apoio a Pio:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudia a agressão covarde sofrida pelo jornalista Pio Redondo durante cobertura de manifestação contra o impeachment (golpe) da presidenta Dilma Rousseff realizada no último domingo, na avenida Paulista, em frente ao prédio da Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp).

Pio Redondo tentava acalmar os ânimos de manifestantes que se aproximaram do prédio da Fiesp, – uma das financiadoras do golpe contra a presidenta, quando foi cercado por truculentos apoiadores do impeachment, que se mantém acampados em frente ao edifício que congrega os grandes industriais paulistas. Armados com porretes, barras de ferro e pedaços de pau, eles ameaçavam os manifestantes pró-Dilma. O jornalista tentou evitar um confronto entre eles, quando recebeu uma paulada na boca que lhe arrancou três dentes. Pio teve que ser medicado por um cirurgião dentista. É importante registrar que em momento algum houve a ação de policiais militares para evitar o confronto.

A direção do Sindicato exige do governador Geraldo Alckmin e das autoridades competentes de Segurança Pública a apuração e punição dos agressores. É inaceitável que elementos armados estejam acampados na principal avenida de São Paulo, apresentem postura agressiva contra a livre manifestação prevista na Constituição brasileira, e não sejam impedidos de praticarem atos de violência contra cidadãos, sobretudo contra um jornalista no exercício da profissão. O Sindicato recorrerá às instâncias da lei para exigir a punição dos responsáveis.

Em um texto divulgado nas redes sociais, o grupo autodenominado Resistência Paulista, diz que uma participante do grupo também ficou ferida, mas não informa o que aconteceu com ela. No texto, eles se vangloriam do ataque: “Agrediram uma de nossas mulheres. Fomos 30 contra mais de 300 pessoas SEM o apoio da PM e dispersamos eles. Estamos de parabéns! Defendemos nosso território e nosso ideal. Melhoras a Eliene Trizotte”, publicaram.

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Daniel Bramatti, Guilherme Duarte, José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli,
O Estado de S.Paulo
18 Julho 2016
Dívida de diretor da Fiesp com a União é de R$ 6,9 bi

Total de débitos de difícil recuperação atinge R$ 1 trilhão; empresário Laodse de Abreu Duarte e irmãos respondem pelo maior passivo entre as pessoas físicas

O empresário Laodse de Abreu Duarte, um dos diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é o maior devedor da União entre as pessoas físicas. Sua dívida é maior do que a dos governos da Bahia, de Pernambuco e de outros 16 Estados individualmente: R$ 6,9 bilhões. Laodse – que já foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária, mas recorreu – é um dos milhares de integrantes do cadastro da dívida ativa da União, que concentra débitos de difícil recuperação. 

Além de Laodse, aparecem no topo do ranking dos devedores pessoas físicas dois de seus irmãos: Luiz Lian e Luce Cleo, com dívidas superiores a R$ 6,6 bilhões. No caso desses três irmãos, quase a totalidade do valor atribuído a cada um diz respeito a uma mesma dívida, já que eles eram gestores de um mesmo grupo empresarial familiar que está sendo cobrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

A soma dos valores devidos por empresas e pessoas para o governo federal ultrapassou recentemente R$ 1 trilhão. São milhões de devedores, mas uma pequena elite domina o topo desse indesejável ranking: os 13,5 mil que devem mais de R$ 15 milhões são responsáveis, juntos, por uma dívida de R$ 812 bilhões aos cofres federais – mais de três quartos do total devido à União.

O débito desses maiores devedores representa cinco vezes o buraco total no Orçamento federal previsto para 2016. Nesse grupo – que exclui dívidas do estoque previdenciário, do FGTS e dos casos em que há suspensão da cobrança por determinação judicial – estão desde empresas quebradas, como a Varig e a Vasp, mas também motores do PIB nacional, como a Vale, a Carital Brasil (antiga Parmalat) e até a estatal Petrobrás.

Mas como pessoas físicas chegam a dever tanto ao Fisco? A explicação é que os integrantes da família Abreu Duarte foram incluídos como corresponsáveis em um processo tributário que envolveu uma de suas empresas, a Duagro – que deve, no total, R$ 6,84 bilhões ao governo.


Segundo a Fazenda, a empresa realizou supostas operações de compra e venda de títulos da Argentina e dos Estados Unidos sem pagar os devidos tributos entre 1999 e 2002. Denúncia do Ministério Público apontou que a Duagro “fraudou a fiscalização tributária.” Para o MP, há dúvida sobre a real existência dos títulos negociados, já que alguns não foram lançados nas datas registradas na contabilidade.

A Procuradoria suspeita que a empresa tenha servido como “laranja” em “um esquema de sonegação ainda maior, envolvendo dezenas de outras renomadas e grandes empresas, cujo valor somente poderá vir a ser recuperado, em tese, se houver um grande estudo do núcleo central do esquema”.

Segundo o site da Fiesp, Laodse é um dos atuais 86 diretores da entidade, sem especificação. Ele também integra o Conselho Superior do Agronegócio da federação e preside o Sindicato da Indústria de Óleos Vegetais e seus derivados em São Paulo.

Offshore. Um quarto irmão de Laodse aparece na lista de devedores da União com débitos de R$ 3 milhões e também é dono de offshore em paraíso fiscal, segundo os Panamá Papers. Lívio Canuto de Abreu Duarte foi sócio da Oil Midwest LTD, empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas pela firma panamenha Mossack Fonseca.

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