MARCO AURÉLIO GARCIA // http://www.brasil247.com/
Mundo, vasto mundo.
Mundo, vasto mundo.
A equilibrada nota do Secretário Geral da UNASUL sobre a situação politica brasileira, assim como as declarações do Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos sobre o mesmo tema provocaram curiosas reações por aqui.
O Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Aloysio Nunes Ferreira que, com outros de seus colegas oposicionistas, viajou há tempos a Caracas para protestar contra o Governo venezuelano, parece incomodado com as preocupações da UNASUL sobre a sorte da democracia brasileira.
Dois pesos e duas medidas.
Aloysio pode expressar – de forma vigorosa – suas opiniões sobre a política venezuelana, mas veta que o máximo responsável do principal organismo multilateral sul-americano o faça, ainda que menos enfaticamente.
Na mesma linha, O Estado de São Paulo publica, com a arrogância que caracteriza a aristocracia paulista, ainda quando decadente, editorial (“Ignorância e ousadia”) criticando as posições tanto do SG da UNASUL Ernesto Samper, quanto as do SG da OEA Luis Almagro. Os dois, em sintonia com as cláusulas democráticas de ambas instituições, advertem sobre ameaças que pesam sobre a estabilidade institucional do Brasil. Detalhe: o Estadão critica a UNASUL mas, como ocorre com frequência, não se dá o trabalho de publicar a nota assinada por Samper.
Moderados, como aconselha a prática diplomática, os posicionamentos de Samper e de Almagro expressam preocupações generalizadas sobre o desdobramento da situação política brasileira nos próximos dias.
A dissimulada tentativa de golpe – cada vez mais evidente – auspiciada por setores do parlamento e da Justiça, com o forte respaldo da mídia monopolizada e de segmentos empresariais, abrirá um período de aguda instabilidade social e política no maior país da América Latina e constituirá um gravíssimo precedente para um continente que sofre há anos os efeitos desestabilizadores de uma crise global ainda em curso.
Não deixa de ser divertido, se não fosse trágico, que críticos contumazes da política externa ativa e altiva que vem sendo praticada nos últimos anos no Brasil se transformem subitamente em neo soberanistas.
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