Eliseu e o gatinho voam alto
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Azul detona Padilha e gatinho angorá
Saiu na Fel-lha afiada entrevista com Antonoaldo Neves, presidente da Azul.
Como se sabe, Eliseu Padilha (a quem o Antonio Carlos Magalhães se referia como Eliseu "Quadrilha") se supõe especialista em aviação comercial.
Chegou a dirigir essa área na "cota" do PMDB, no Governo Dilma.
Quem também militou nessa área, na cota do PMDB da Dilma, foi o Gatinho angorá.
Os dois devem ser os especialistas que pretendem, no breve governo do Trambolho, conceder às empresas estrangeiros 100% do controle de uma companhia aérea que opere no Brasil - prerrogativa que não se concede em NENHUM PAÍS DO MUNDO!
Depois de ler trechos da entrevista do Antonoaldo, o amigo navegante se perguntará: precisa desenhar?
Folha - A proposta de liberar participação de 100% nas companhias nacionais às estrangeiras não é consenso no setor. A Latam, por exemplo, apoia. Qual é a sua posição?
Antonoaldo Neves - Se olharmos as práticas globais, não há referência de 100%. As pessoas não estudam para falar do assunto. Qual é o objetivo de adotar uma abertura diferente da que temos hoje como política pública para o país?
E por que não adotar?
Argumentar que falta capital estrangeiro no Brasil para aéreas é uma falácia. A Azul captou nos últimos 12 meses US$ 550 milhões de capital estrangeiro. Captamos US$ 400 milhões em financiamento de aeronaves com bancos estrangeiros com dívida no exterior, o que também é capital. Há abundância de capital estrangeiro. O que está se discutindo é controle.
Defensores dizem que a liberação do 100% impulsionaria a entrada empresas de baixo custo, as "low cost".
A tarifa média no país é R$ 300, cerca de US$ 80. A tarifa média da Ryanair, a maior empresa global de "low cost" é US$ 70. Já temos tarifa de "low cost" no Brasil, embora ainda não seja o limite que o mercado pode chegar.
Havendo reciprocidade, ou seja, desde que uma brasileira também possa adquirir 100% de uma aérea no outro país, seria aceitável?
A relação entre países na aviação passa por acordos bilaterais de frequências. Se liberássemos 100% do capital estrangeiro, estaríamos autorizando uma empresa como a Lufthansa, ou qualquer outra, a vir ao Brasil, abrir uma empresa de capital estrangeiro e ter direito às minhas frequências. E eu, como empresa brasileira, não tenho direito às frequências dela na Alemanha. Pensando em política pública, liberar 100% sem negociação bilateral é o fim da picada. Vamos discutir céus abertos com Europa, Argentina. Vamos liberar os vistos para os EUA. Nós topamos céus abertos se liberar os vistos. Se eu tivesse condição de competir de igual para igual com estrangeiras, não teria problema. Deixa eu abrir empresa na Alemanha? Por que vamos ceder sem o país tirar proveito? É cortina de fumaça. Não vou especular sobre o real objetivo, mas não entendemos como a política pública bem pensada pode levar o país a mudar isso.
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