sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Cartilha da CUT irrita ex-presidente FHC

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Durante a palestra Brasil, Qual Será o Seu Futuro?, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou não ser pessimista em relação ao país. Segundo ele, o Brasil tem um "potencial enorme" (Wilson Dias/Agência Brasil)
          (Foto: Wilson Dias/Agência Brasi)

FHC lê cartilha da CUT e fica bravo

Publicação contra a reforma da Previdência cita que o ex-presidente se aposentou cedinho. Ouvido pelo “Globo”, tucano reclama
na CUT
A cartilha que a CUT divulgou na última segunda-feira, com dados e propostas contra a reforma da Previdência, foi lida pelo jornal “O Globo” e pelo ex-presidente FHC, que ficaram especialmente impressionados com o trecho a seguir, contido na cartilha: “Michel Temer, que se aposentou aos 55 anos e recebe R$ 33 mil por mês, além do salário de presidente e outras mordomias, e FHC, que se aposentou aos 37 anos, depois de trabalhar só 12 anos como professor”.

A frase faz parte de um capítulo que discute se é verdade ou não que o brasileiro e a brasileira se aposentam cedo demais. A conclusão, com base em comparativos com outros países, é que não, não nos aposentamos cedo demais.
Porém, citamos que há uma casta de privilegiados, entre os quais figuras conhecidas da política que defendem uma reforma que retire direitos, como FHC e Temer.
Procurado pelo Globo, FHC retrucou, na edição desta segunda-feira: “Eu não me aposentei, fui aposentado pelo AI-5 do regime autoritário. Àquela idade eu já tinha doutorado, cátedra de Ciência Política na USP por concurso, e havia sido professor na Universidade de Paris. A aposentadoria não foi benesse, mas uma frustração em minha carreira acadêmica”.
Daqui de nossa parte, fica a pergunta: a aposentadoria de um trabalhador ou uma trabalhadora comum, sem cátedra, seria portanto “benesse”, professor? Lembrando que FHC chamou genericamente os aposentados de “vagabundos”, na época que era presidente.
De fato, diversos professores universitários, com visão progressista à época, foram aposentados compulsoriamente à época do AI-5. Não se pode esquecer, no entanto, que o regime foi muito mais duro com outros setores, como estudantes e trabalhadores comuns que, quando não torturtados e mortos, perdiam seus empregos sem receber aposentadoria.
Para ler e obter uma cópia da cartilha, clique aqui

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