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Está sendo urdida a candidatura de Moro para 2018, dada a ausência de outros nomes competitivos na direita.
A Globo nem disfarça. Mais uma vez, exibe diuturnamente nos seus horários eleitorais, travestidos de jornalismo, a imagem do justiceiro, machão, tal como fizera com Collor ao final da década de 1980.
Antes o caçador de marajás. Agora o destemido perseguidor de corruptos.
Além de livros e publicações especiais que já vieram à luz, uma série da Netflix vai ajudar na composição definitiva do personagem…
E Moro, naturalmente, há de julgar em causa própria, para facilitar sua própria vida, retirando Lula do páreo.
Se fosse juiz e tivesse, de fato, coragem não o faria, disputando com Lula num debate aberto, diante de toda a população.
Mas Moro não é juiz, é um militante deslumbrado, por isso vai condenar Lula mesmo com as alegações e “provas” pífias da denúncia dallagnoliana.
Já sua coragem é idêntica à daqueles brigões que, em grupo, atacam oponentes desprotegidos.
Ancorado na avassaladora artilharia da mídia familiar oligárquica e no aparelhamento e partidarismo dos segmentos do Judiciário e da Polícia Federal sob seu comando, pode posar de valentão, rir-se do Estado de Direito e acoelhar o próprio STF.
Pobre Brasil.
Ignacio Godinho Delgado é Professor Titular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nas áreas de História e Ciência Política, e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Doutorou-se em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1999, e foi Visiting Senior Fellow na London School of Economics and Political Science (LSE), entre 2011 e 2012.
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