sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Gesto transforma Atlético Nacional em Atlético Universal

                   RICARDO FLAITT // http://www.brasil247.com/
Todos os códigos, insígnias, indumentárias, castas, títulos e outras classificações, que o homem inventa para se distinguir uns dos outros, perde o sentido quando o assunto é a vida.

A tragédia com a queda do avião da Chapecoense, prestes a disputar a final de um grande torneio internacional, vivendo a melhor fase de sua história, faz-nos despertar para a nossa fragilidade.

Infelizmente não há como mudar o tempo e o destino. No entanto, diante da tragédia, o homem reencontra-se em sua finitude, em sua bondade, em sua solidariedade, em sua essência tão distorcida por um mundo de valores, que nos colocam a nos confrontar incessantemente.

Por isso, o gesto nobre e emocionante do Atlético Nacional, ao enviar um comunicado para a Conmebol abdicando do título da Sul-Americana, concedendo-o à Chapecoense, como forma de homenagem não só os atletas e os profissionais, mas também o povo de Chapecó, extrapola as divisas da Colômbia, ganha continentes e os corações de todos os homens, formando o mundo inteiro um só clube, um só sentimento.

Há um relato sobre Alexandre, o Grande, que diante da morte, convocou seus generais e seu escriba para fazer três pedidos. Um dos pedidos era: "Que seja espalhado no caminho até o meu túmulo, todos os meus tesouros conquistados em minhas batalhas, quero ver o chão coberto de ouro, prata e pedras preciosas, para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem".

O Atlético, da Colômbia, com o gesto de conceder o título à Chapecoense, deixou de receber um pano chamado faixa e um metal moldado chamado troféu, porém, materializou o sentido da humanidade, deixando de ser Nacional para ser Atlético Universal.

Ricardo Flaitt

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