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Brasil despreza o maior projeto econômico do século
por Carlos Motta
A ausência do Brasil na reunião de cúpula promovida pela China para impulsionar o mais ambicioso projeto econômico de âmbito mundial deste século, o Cinturão e Rota, indica a verdadeira dimensão do governo golpista que tomou conta do país há um ano.
O Cinturão e Rota, proposto em 2013, é, resumidamente, um plano para conectar a Ásia com a Europa e a África ao longo e além das rotas comerciais antigas, construindo uma rede de comércio e infraestrutura sem precedentes na história mundial.
O custo total do plano é estimado em mais de US$ 4 trilhões.
Segundo explicou para os participantes do fórum o presidente chinês, Xi Jinping, o mundo enfrenta hoje uma série de desafios: o comércio e o investimento desacelerados, o desenvolvimento cada vez mais desequilibrado, o impacto da migração de grande escala de refugiados e imigrantes, assim como guerras, conflitos e terrorismo.
Na sua visão, somente alinhando suas políticas e integrando fatores econômicos e recursos em uma escala global é que os países podem criar sinergia para promover a paz, estabilidade e desenvolvimento compartilhado do mundo.
Diante disso, explicou, o mundo pode aproveitar a "sabedoria e força" da antiga Rota da Seda, que ligava o Ocidente ao Oriente.
De acordo com ele, sob o quadro do Cinturão e Rota, todos os países e regiões podem enfrentar os desafios globais com "mãos dadas com base no princípio de consulta extensiva, contribuição conjunta e benefícios compartilhados".
É o chamado "ganha - ganha".
De 2013 a 2016, empresas chinesas investiram mais de US$ 60 bilhões em mais de 30 países ao longo do Cinturão e Rota. Foram construídas 56 zonas econômicas e comerciais, com produção total de mais de US$ 50 bilhões, mais de US$ 1,1 bilhão em receita fiscal e 180 mil empregos locais.
Os participantes da cúpula, que reuniu 29 chefes de Estado, entre eles os da Argentina e Chile, concordaram em construir corredores econômicos, zonas de cooperação econômica e parques industriais. Mais de 100 países e organizações internacionais já estão envolvidos no megaprojeto.
O Brasil está fora.
Os novos governantes, ao que tudo indica, preferem se alinhar incondicionalmente aos interesses dos Estados Unidos.
Ignoram completamente a nova ordem mundial que está surgindo.
A inapetência em prosseguir com os esforços para transformar o país numa potência mundial, como foi feito nos governos trabalhistas, é notória.
Assim como a falta de visão estratégica geopolítica.
A sabedoria popular tem um ditado que se aplica à perfeição para um caso como esse: "Cavalo selado só passa uma vez."
Pelo jeito, o Brasil prefere andar em lombos de burros.
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