quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Miriam Leitão não se cansa de mentir



Em artigo publicado hoje (04/01) no jornal O Globo, e em todos os jornais filiados espalhados pelo país, sob o título “Corrigir o Passado” bem como em sua aparição no “Bom Dia Brasil”, a pseudojornalista de economia Miriam Leitão, mais uma vez tenta iludir os brasileiros com informações absolutamente mal intencionadas e falaciosas.

O artigo inicia falando sobre o acordo feito pela Petrobras para encerrar um processo nos Estados Unidos, onde a companhia se compromete a pagar US$ 2,95 bilhões. Considera o acordo positivo pois “pelo cálculo do próprio mercado, poderia levar o custo a ser muito maior do que o oferecido pela Petrobras”.

Ao que tudo indica, os próprios investidores americanos não acreditam nisto, tanto que se apressaram em fechar o negócio. 

Até o portal G1, da Globo, estranhou o acordo salientando “O valor do acordo negociado pela Petrobras para encerrar a ação coletiva de investidores financeiros que tramita contra a estatal em Nova York, é 6,5 vezes maior do que o dinheiro recuperado pela Operação Lava Jato e devolvido aos cofres da petroleira”.

Miriam Leitão atribui ao Partido dos Trabalhadores a responsabilidade pelo ocorrido. Se esquece de que foi no governo Fernando Henrique e com Pedro Parente, dentro do processo de privatização da Petrobras, que 36% das ações da companhia foram colocadas à venda na bolsa de Nova York, tendo sido arrecadados irrisórios US$ 5 bilhões.

Agora este mesmo Pedro Parente vem beneficiar os investidores americanos com 60% do valor que eles aplicaram. Então aplicar em ações não é mais negócio de risco ? É isto ?

Quantos brasileiros já perderam suas reservas aplicando em empresas que faliram por má administração e ninguém foi responsabilisado? A CVM, sua similar americana SEC, e as auditoras externas não tem nada com isto ? Servem para que?

Esperamos que Pedro Parente retribua os investidores brasileiros na mesma proporção e Miriam Leitão confirme se tratar de excelente acordo. 

Mas daí o artigo parte para o deboche, o escárnio, o desrespeito com os leitores brasileiros.

Fernando Barbosa Lima, editor da FBL Criação e Produção (RJ) diz : “O bom jornalista é aquele que é criativo, investigador, objetivo, mergulha com profundidade nos assuntos e, acima de tudo, tem a ética como religião”.

Miriam Leitão mostra que não é nada disto quando informa :”Para se ter uma ideia da mudança que houve na empresa basta comparar dois momentos. Em 2013 o preço do petróleo teve o preço médio de US$ 109 o barril, e o ano terminou com o fluxo de caixa livre de R$ 41,8 bilhões negativos. Em 2016 o petróleo ficou em média de US$ 44 e houve um caixa livre positivo de R$41,6 bilhões. Ou seja, a Petrobras deu uma virada de R$ 83 bilhões, mesmo em situação de preço bem piores” 

Ora, a pseudojornalista sabe muito bem que a grande maioria dos brasileiros não sabe exatamente o significado de “fluxo de caixa livre” . E por que não explicou ? Muito simples, não explicou pois tinha o objetivo deliberado de distorcer a opinião pública.

Vamos esclarecer. Fluxo de caixa livre é igual a Geração Operacional de Caixa (GOC) menos os Investimentos. Ou seja, quanto mais investimento é feito, menor é o fluxo de caixa livre. 



Portanto em 2013 foram investidos mais US$ 31,03 bilhões (45,11-14,08) do que em 2016. Ao cambio de US$ 1=R$ 3,26 de Dez/2016, temos uma diferença de R$ 101,16 bilhões.

Um jornalista investigador, verificaria também que a produção total da Petrobras (óleo e gás natural) que em 2013 era de 2.539 mil barris/dia, graças aos investimentos feitos, passou em 2016 para 2.937 mil barris/dia. Um crescimento de 15,7% com consequente influencia na geração de caixa.

É bom lembrar que a produção da Petrobras à partir de 2021 será superior a 3,5 milhões de barris/dia, graças aos investimentos feitos no período 2010/2014. A atual administração além de cortar os investimentos, está entregando o pré-sal para as petroleiras estrangeiros, vendendo ativos produtivos a preço de banana e transferindo a fabricação de equipamentos para o exterior. Estrago total.

Mas como disse Fernando Barbosa Lima o bom jornalista “mergulha com profundidade nos assuntos” e teria visto que com o preço de petróleo mais alto em 2013, os gastos com participação governamental seriam maiores, pois estão diretamente vinculados ao preço do barril.

De fato em 2013 os gastos com participação governamental somaram US$ 14,50 bilhões e em 2016 foram de apenas US$ 6,19 bilhões. Uma diferença de US$ 8,31 bilhões (R$ 27,09 bilhões) impactando a geração de caixa. 

Resta lembrar que em 2013 a companhia subsidiava o consumo no mercado interno, onde os preços praticados eram inferiores ao do mercado internacional. Portanto o preço de US$ 109 o barril utilizado como referência não é válido. Miriam Leitão foi uma das principais críticas do subsidio. Será que ela esqueceu ?

Infelizmente é neste lixo que o jornalismo brasileiro se transformou.


Cláudio da Costa Oliveira

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