A justiça é cega, não olha a quem beneficia, não faz pré-julgamentos, nem distinções prévias. O judiciário brasileiro tem sido caolho, vendo apenas o que quer, observando o mundo sob as lentes dos poderosos
Ecoa, frequentemente, em nossas terras o bordão: “bandido bom é bandido morto”, definindo claramente nossa “justiça”, e nossos bandidos. Fica implícito, mas com nitidez, que o “bandido” referido não é o assassino que ordena a sentença, nem o que a executa. Fica claro que o “bandido” aduzido pelo refrão é sempre o pobre, o despossuído. Que não ouse o pobre resistir às imposições dos poderosos. Policiais percorrem as favelas “pacificando” os pobres, velando para que se mantenham cabisbaixos, enquanto dizimam sumariamente os que ousam pleitear alguma dignidade ante o poder opressivo. Bandido bom é bandido morto, enquanto “crime” é ter nascido pobre.
As prisões brasileiras também foram feitas exclusivamente para os pobres. Não é bandido o assassino uniformizado, nem o urubu togado que o acoberta, é bandido apenas o pobre. A prisão brasileira é local de tortura e humilhação, destinada a mostrar ao pobre o seu lugar, a lembrar quem é que manda. Os mais pobres conhecem bem essa face tenebrosa do país, nunca os deixam esquecê-la.
O Herói
Houve um herói operário que desafiou os militares e que conheceu os calabouços da ditadura por ousar afrontar o poder; a humilhação que lhe impuseram foi também seu heroísmo. Não teria sido o herói se não tivesse passado pelo suplício da masmorra, não teria sido o herói se não tivesse resistido a opressores cruéis e se arriscado frente aos facínoras.
Agora, o mesmo poder, revestido de roupagem liberal, torna a ameaçá-lo, apressando um processo absurdo com o propósito de roubar os direitos políticos de Lula, para impedi-lo de se candidatar a presidente, uma vez mais. Sabem que os brasileiros reconhecerão o homem que tirou 36 milhões de pessoas da miséria.
Seu crime consistiu em, tendo assumido o poder, continuar sendo Lula, o operário eleito pelos brasileiros. Por tal crime, querem humilhá-lo, enfatizar que não o reconhecem entre eles, que não o acolhem entre eles, os poderosos. Espicaçam-no com novas ameaças do mesmo antigo opressor, agora sem uniforme militar, mas travestido com a toga.
Mas não há herói sem percalços e não haveria heroísmo sem adversários ameaçadores, como os fardados, ou como os comandantes da “justiça caolha”. A mesma antiga luta se renova; reerga-se o herói.
Viva Lula!
O cara:
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