As evidências são de que o cérebro estratégico do golpe está decidido a levar Lula à prisão. E pretende fazer isso o antes possível.
Calculam que esta operação, ainda que contenha o risco – improvável – da ira e da comoção popular, é a que apresenta o maior benefício ao menor custo.
Para o establishment, o efeito da prisão do Lula é um risco intrínseco à lógica do golpe. Um risco que, nas circunstâncias atuais, precisa e vale a pena ser corrido.
A mídia e o judiciário, em ordem unida, aplainaram o terreno do regime de exceção. Praticamente todos editoriais, todos colunistas de opinião e todo noticiário da mídia hegemônica já decretaram a prisão do Lula.
O judiciário, cego às alegações da defesa e indiferente à presunção da inocência, ao devido processo legal e ao Estado de Direito, atua – com anormal unanimidade – para mandar Lula imediatamente para a prisão.
Ainda é uma incógnita quanto tempo Lula ficará encarcerado; isso dependerá da medição passo-a-passo da reação popular interna e da repercussão internacional.
Lula ficará preso, mesmo que seja por tempo mínimo e exíguo; mas será pelo tempo suficiente para a produção das imagens de humilhação, ultraje e constrangimento que a Globo propagará à exaustão.
Não é improvável, por outro lado, que decidam mantê-lo preso por um período longo – durante toda a campanha eleitoral, por exemplo – se necessário para calar a voz e cassar os direitos civis e políticos do principal eleitor do país que, mesmo preso, poderá ser eleito no primeiro turno ou que, caso impedido, terá o poder de eleger aquele que decidir apoiar.
Lula é, enfim, o espectro que ronda a eleição.
É por isso que, mesmo com a prisão do Lula, a elite não conseguirá sair do labirinto.
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