JEFERSON MIOLA
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Os fascistas celebraram antes do tempo – e, ao final, ficaram frustrados. Eles imaginavam que a prisão ilegal e arbitrária do Lula produziria impotência, melancolia e abatimento total do Lula e da militância partidária e social.
Os fascistas se excitavam com o momento finalmente chegado, planejado para ser de suprema humilhação de um Lula prisioneiro e cabisbaixo sendo levado ao cárcere por verdugos vestidos de preto, empunhando armamento militar e usando gorros tipo ninja.
A Globo e a Lava Jato ansiavam ardentemente o término do prazo estipulado por Sérgio Moro para Lula se apresentar em Curitiba para exibir no Jornal Nacional da noite de sexta-feira, 6 de abril, o grande troféu, a verdadeira razão de ser do golpe e da Lava Jato: a caça finalmente enjaulada.
A prisão ilegal e arbitrária do Lula é o desfecho planejado pelo centro de inteligência estratégica do golpe e da Lava Jato.
Este planejamento também contempla a cassação da candidatura imbatível do Lula, para evitar o retorno dele à Presidência do Brasil com uma votação estrondosa.
Havia dúvidas apenas sobre a melhor oportunidade para a prisão do Lula; mas, com a evolução fascista do regime de exceção, ninguém mais duvidava da sua efetivação; era apenas uma questão de tempo.
E este tempo tão ansiado pelos fascistas chegou. Não sem a atuação tirânica do Moro, do trf4 e da presidente do stf, que anteciparam a prisão incrivelmente mesmo sem o exaurimento dos recursos no trf4 e sem a publicação do acórdão da decisão do stf sobre o habeas corpus.
A grande pantomima em torno da prisão do Lula, entretanto, foi frustrada. As 30 horas de atraso para o início do cumprimento da pena permitiram denunciar ao mundo – com extrema eficiência comunicacional e simbólica – a natureza arbitrária e ilegal de uma prisão sem fundamento jurídico, decidida às pressas para impedir o exercício do pleno direito de defesa.
Uma prisão que expôs o caráter persecutório e puramente político da caçada jurídica, midiática e policial ao maior líder popular da história do Brasil.
Os fascistas não conseguiram a fotografia que queriam. As imagens gravadas para sempre na memória e na história – que a mídia fascista foi obrigada a transmitir ao vivo nos seus veículos – são as do mito transcendente – que já "não é um humano, porque é uma ideia" – fundido de corpo e alma com seu povo.
A resposta do Lula ao atropelo fascista foi um discurso épico, memorável. Uma denúncia apaixonante da injustiça e do ódio contra os pobres.
Os 55 minutos eternizam este discurso como um dos maiores textos políticos da história ao lado da "Carta Testamento" do Getúlio, da "A história me absolverá", do Fidel; e do "Eu Acuso", de Émile Zola.
Com sua dignidade, Lula derrotou os indignos. Mesmo sendo arbitrariamente preso, Lula está mais livre que nunca: "Eles vão descobrir que o problema são todos vocês. Minhas ideias já estão pairando no ar e não tem como prendê-las!".
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