Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na última semana, o alto comandante do Exército, o general Eduardo Villas-Bôas, afirmou que a decisão da Organização das Nações Unidas, a ONU, favorável à candidatura do ex-presidente Lula, é uma tentativa de invasão da soberania nacional. O general declarou ainda que “o pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da ficha limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira. Um claro ataque do general golpista a Lula, uma defesa das arbitrariedades do judiciario contra o candidato petista, principal liderança popular do pais.
Villas-Bôas também demonstrou apoio a Bolsonaro, o candidato da extrema-direita, repudiando o suposto atentado ocorrido contra o candidato fascista.
Apesar de falar de defesa da soberania nacional quando se trata de Lula, Villas-Bôas não diz uma palavra sobre a política de entrega total e completa do patrimônio nacional realizada pelo governo golpista.
Ha dois anos os golpistas vêm entregando de bandeja para o imperialismo a indústria nacional e as riquezas do país. A lista é enorme, Petrobrás, pré-sal, Embraer, Eletrobrás, Aquífero Guarani, Correios, isso sem falar nas operações militares norte-americanas na Amazônia. Não seriam esses fatos uma clara violação da soberania nacional?
Sobre isso, no entanto, o general Villa-Bôas se cala. Não diz nada também em defesa de seu colega de farda, o almirante Othon Luiz, o pai do programa nuclear brasileiro, preso de maneira completamente arbitrária a mando do imperialismo. Sobre esses ataques ao país, Villas-Bôas e o demais generais se calam revelando a completa subserviência do Exército, de seu alto-comando, aos interesses estrangeiros, dos bancos, dos grandes monopólios, do próprio imperialismo.
Villas-Bôas somente se pronuncia para fazer ameaças ao povo brasileiro. Quando fala em violação da soberania nacional, na realidade está falando em violação dos interesses golpistas, da direita, da burguesia. O Exército, assim como o Judiciário e as demais instituições agem a favor do golpe. Diante da crescente polarização política, do apoio cada vez maior da população a candidatura de Lula, os militares ameaçam com um golpe militar para calar, censurar, perseguir e torturar o povo, como já fizeram antes na história . Querem impedir por meio da força que o povo se mobilize e derrote o golpe e a destruição de seus direitos.
É preciso não se curvar diante da chantagem dos militares golpistas e lutar até as últimas consequências em defesa da candidatura de Lula, de sua liberdade. O único caminho para a derrota da direita é a mobilização revolucionária das massas.
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