Malafaia na UTI com Bolsonaro
por Kiko Nogueira
POR VINÍCIUS SEGALLA, de Juiz de Fora (MG)
O homem que cometeu um atentado à vida de Jair Bolsonaro no último dia 6 de setembro, Adélio Bispo de Oliveira, é uma pessoa com religiosidade exacerbada, que nutre ódio pelo candidato do PSL e possui um posicionamento político confuso, que transita entre ideais de esquerda e de extrema direita.
É isso que mostram as investigações até agora e também uma análise aprofundada de seu perfil e contatos nas redes sociais.
Alguns políticos, como o candidato a governador de São Paulo João Doria (PSDB) apressaram-se a dar declarações, logo após o atentado, afirmando ser Adélio um simpatizante do Partido dos Trabalhadores.
Doria não disse de onde tirou essa ideia e nada corrobora a bravata do ex-prefeito.
No Facebook, Adélio curtia 905 páginas. Dessas, menos de 10% (65) eram de alguma forma ligadas a um posicionamento político à esquerda: 17 delas eram relacionadas a “Comunismo”, 14 faziam menção direta ao PSOL, 10 ao “socialismo”, cinco ao PSTU e somente duas ao PT.
Todos estes dados são públicos e estão à disposição de quem quiser pesquisá-los na página da rede social.
Já entre as centenas de outras páginas curtidas ou seguidas por Adélio que não faziam menção à esquerda, muitas são ligadas a estudos da Bíblia, críticas à Maçonaria, denominações cristãs e críticas diretas a Jair Bolsonaro, como “Bolsonete nem é gente” e “Bolsonaro O FALSO cristão”.
Rede de amigos
O gráfico abaixo, obtido pelo DCM, foi gerado a partir de 75 mil contas curtidas pela rede de 900 amigos de Adélio no Facebook.
No módulo laranja, aparecem páginas de “celebridades” evangélicas, como Silas Malafaia, Marco Feliciano, Aline Barros e Irmão Lázaro. Já no módulo azul e lilás, constam páginas ligadas a Jair Bolsonaro de cunho positivo, ou seja, são páginas que apoiam o candidato do PSL.
Como se nota, não consta entre os interesses e apoios dos amigos de Adélio nada que mostre que o agressor faça parte de uma rede de esquerdistas.
Veja, no gráfico abaixo, como repercutiu no Twitter o atentado a Bolsonaro:
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