terça-feira, 23 de outubro de 2018

Bolsonaro veta perguntas e jornalista da Gaúcha se demite ‘ao vivo’



O jornalista – e radialista, historiador, professor e autor – Juremir Machado da Silva, um dos mais importantes comentaristas políticos do Rio Grande do Sul, demitiu-se de seu emprego da Rádio Gaúcha no ar, durante o programa do qual participava, por ter sido silenciado pelo âncora Rogério Mendelsky que aceitou, para entrevistar Jair Bolsonaro, que nenhum dos jornalistas da mesa lhe dirigisse perguntas.

Ao final da entrevista “mansa”, Juremir tomou a palavra e perguntou: “posso dizer que fui censurado? ”

Mendelski respondeu: “claro que não…foi uma exigência do Bolsonaro. [É] Normal.

Juremir agradeceu aos ouvintes os dez anos de audiência e se despediu, saindo do estúdio.

Surpreendido, Mendelsky perguntou aos outros integrantes da mesa se aquilo era censura. Jurandir Soares disse que não. Voltaire Santos foi mais sincero: “preciso do meu emprego”.

Aí está, para quem quiser ver, a materialização do que disse domingo Jair Bolsonaro: ou aceita-se as regras dele ou vá embora”.

Juremir foi, mas levou junto a sua dignidade profissional e pessoal.

Mas haverá também muitos “Voltaires” que, ao contrário do filósofo francês que inspirou os pais a lhe darem este nome preverem calar o que pensavam, para fugir das consequências e conservar o emprego.

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