sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Procuradores de Curitiba se calam sobre o caixa 2 de Bolsonaro



Jornal GGN - Procuradores da República em Curitiba, que ganharam fama nas redes sociais e na imprensa por causa da Lava Jato, não comentaram publicamente a denúncia de possível caixa 2 e abuso de poder econômico na eleição presidencial de 2018, em favor de Jair Bolsonaro. O Ministério Público Eleitoral informou ao GGN que não abriu nenhuma ação para investigar o escândalo.

Carlos Fernando dos Santos Lima - que abandonou a operação em setembro passado - e Deltan Dallagnol, os mais ativos no Facebook quando a pauta é atacar PT por caixa 2 - considerado pela Lava Jato um atentado à democracia -, silenciaram diante da reportagem da Folha de S. Paulo de quinta (18).

O jornal revelou que empresas alinhadas com Bolsonaro compram, ao custo de até R$ 12 milhões cada serviço, pacotes de "disparo em massa" de mensagens no WhatsApp, configurando crime de caixa 2 e abuso de poder econômico.

No Facebook e Twitter, Dallagnol, sem citar o caso Bolsonaro, escreveu que é "bom lembrar dos erros do passado para não repetir. Financiamento empresarial sem limites gera distorções na representatividade." A mensagem vem atrelada a uma matéria sobre as 10 maiores empresas doadoras da eleição de 2014. 

De lá para cá, contudo, o financiamento empresarial de campanha foi proibido pela legislação eleitoral.

Lima, por sua vez, compartilhou uma mensagem atacando indiretamente o PT e aliados, dizendo: "O suposto apreço pela democracia de alguns desaparece no exato momento em que percebem que vão perder as eleições."

As postagens do ex-Lava Jato indicam, ainda, que é um "exagero" afirmar que Bolsonaro é uma "ameaça à democracia". Além disso, em sua visão, as instituições serão capazes de colocar o capitão na linha após eleito.

"É arrogância só aceitar como democracia quando se conforma com suas ideias. Se Bolsonaro ganhar e tentar subverter as leis e a Constituição, quem irá impedi-lo são as instituições. Não foi assim quando o Ministério Público e o Judiciário impediram que a corrupção comprometesse nossa democracia?"

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