quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Sábado, 23: Um guião para a invasão da Venezuela

          por Juan Martorano

Através destas linhas permito-me alertar para a possível concretização no próximo sábado, dia 23 de Fevereiro de 2019, de uma operação "de falsa bandeira" com o objectivo de justificar uma incursão armada no território venezuelano. Obteve-se esta informação nos sectores da inteligência social, aguardando que os devidos organismos actuem em conformidade. 

A informação diz respeito à convocação de pranes [1] e de membros de bandos criminosos hamponiles [2] feita por grupos ligados à oposição venezuelana, que os transportariam de Caracas e de outros Estados para San Cristóbal, no Estado de Táchira. Estes elementos seriam pagos em dólares para disparar contra os efectivos das FANB (Forças Armadas Nacionais Bolivarianas) que protegem os postos fronteiriços e contra pessoas que estariam a receber a "ajuda humanitária" na manifestação convocada por Juan Guaidó para esse dia. 

Do mesmo modo, compete-me advertir que se convocaram muitos jovens de todos os Estados do território nacional, especialmente dos Estados fronteiriços, para dar a origem a um episódio de elevado impacto capaz de desencadear uma grande comoção nacional. Este seria o sinal para que seja activado o plano militar de agressão contra a Venezuela. 

Pela mesma ordem de ideias, procedeu-se também à convocação de muitas pessoas inocentes, os supostos voluntários anunciados por Juan Guaidó, a maioria dos quais provenientes dos Estados Ocidentais do país (não nos esqueçamos da "meia lua" venezuelana [3] ). Estas pessoas necessitam, sem dúvida, de medicamentos e outros bens, mas o plano é que sejam utilizadas como vítimas no quadro da agenda obscura manipulada pela oposição para esse dia. 

É evidente que, tal como no dia 11 de Abril de 2002, estão a preparar todo um cenário mediático que retire a legitimidade ao actual governo de Nicolás Maduro para justificar o lançamento de uma acção armada contra o território. 

Roteiro de terror 

Tal como tenho advertido juntamente com outros analistas, e devido ao facto de o primeiro plano ter fracassado por razões alheias aos seus organizadores, o ataque que agora se prepara está montado com base nos seguintes pressupostos, a que tive acesso pelas mesmas vias: 

1. Em 23 de Fevereiro, Guaidó declararia que "a ajuda humanitária entrará por Cúcuta". 
2. O exército venezuelano está a postos na fronteira. 
3. Centenas de venezuelanos residentes na Colômbia irão até à fronteira no dia 23 para entrarem na Venezuela… Todos eles animados, apoiados e patrocinados pelo Estado colombiano e pelos Estados Unidos (poderia dizer-se que os conduzem para uma emboscada?).
4. Existem paramilitares colombianos infiltrados entre os manifestantes venezuelanos. 
5. Os camiões com "ajuda humanitária" pretenderão entrar juntamente com os manifestantes. 
6. A CNN, a BBC, RCN, [rádio] Caracol e demais meios internacionais de comunicação estarão preparados nas imediações para filmar as encenações. 
7. Adverte-se sobre a possibilidade real de o exército venezuelano impedir a entrada desta ajuda e destas manifestações no território venezuelano. 
8. Paramilitares e franco-atiradores colocados do lado colombiano da fronteira começam a disparar ao acaso contra os próprios manifestantes. 
9. Os meios de comunicação captam essas cenas e mostram-nas ao mundo. Serão apresentadas como notícias de última hora das fake news, que estão na ordem do dia, e com os seguintes títulos: "Nicolás Maduro reprime os manifestantes, provocando mortos e feridos". 
10. Estas ocorrências, por efeito de cascata, provocarão um pronunciamento internacional de diferentes instâncias sobre o "sucedido". 


11. É então que os Estados Unidos enviam os seus porta-aviões para punir Maduro. 
12. A invasão militar inicia-se com paramilitares colombianos, que se farão passar por venezuelanos 

Isto é apenas uma das hipóteses, mas recordo que qualquer situação semelhante a esta não será pura coincidência. 

Também não podem ser desleixadas as frentes fronteiriças de Estados como Amazonas, Bolívar, com países como a Guiana e o Brasil; nem a frente do Caribe, onde está o ABC do reino da Holanda, isto é, as ilhas de Aruba, Bonaire e Curazao. 

Uma terceira e última hipótese teria a ver com a realização de manobras de diversão nos corredores fronteiriços anteriormente mencionados, para que o alvo do verdadeiro ataque dos exércitos estrangeiros seja a própria capital da República, Caracas, já que é o centro da disputa do poder político na actualidade venezuelana. Ainda que seja em estados como Bolívar, Amazonas, Anzoátegui, Nueva Esparta, Monagas, Sucre, Delta Amacuro, Falcón, Zúlia que se encontram as maiores riquezas do país. Nada farão as forças que pretendem tutelar a Venezuela se não controlarem os centros do Poder Público Nacional, pelo que devem tomar primeiro Caracas para depois seguirem para o resto do país. 

Por isso, são necessárias as maiores mobilização e consciência nestes momentos, calma, frieza e nervos de aço, mas sem deixar de lado o ímpeto e os punhos cerrados que se impõem perante o perigo que cerca a República. 

19/Fevereiro/2019

(1) Chefes de bandos organizados, os chamados "líderes negativos" que controlam o crime organizado no universo carcerário, frequentemente condicionando também a hierarquia de segurança em estabelecimentos prisionais 
(2) Redes criminosas organizadas segundo métodos mafiosos dedicando-se a práticas delituosas desde a extorsão, chantagem, assaltos e assassínios por encomenda 
(3) Território contínuo na fronteira com a Colômbia, em forma de meia-lua, em que a oposição à Revolução Bolivariana sonhou levar a cabo uma manobra secessionista, tal como a tentada na Bolívia por inspiração do embaixador norte-americano que esteve na secessão do Kosovo. Constituído pelos Estados de Zulia, Táchira, Mérida, Barinas e Apure 

Ver também:



O original encontra-se em www.alainet.org/es/articulo/198211

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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