Rafael Duarte
Jair Bolsonaro voltou à carga sobre a região Nordeste. O preconceito do presidente da República em relação aos estados nordestinos já tinha ficado evidente durante a campanha eleitoral e, mais recentemente, quando da declaração sobre “os governadores de paraíbas”, um ataque direto ao governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB).
Durante a inauguração de uma usina de energia em Sobradinho (BA), o presidente avisou que que só vai liberar recursos para o Nordeste se os governadores reconhecerem “que estão trabalhando com Jair Bolsonaro”.
Na mesma solenidade, voltou a falar mal de Flávio Dino e do governador da Paraíba João Azevedo: “Eu não posso admitir que governadores como o do Maranhão e da Paraíba façam politicalha no tocante à minha pessoa”, disse.
Semana passada, reportagem publicada pelo jornal Estado de S.Paulo mostrou que a Caixa Econômica Federal destinou para o Nordeste apenas 2,2% dos recursos distribuídos pelo Banco.
O presidente do Brasil age como se o dinheiro público fosse propriedade privada do chefe do Executivo. No fundo, o que Bolsonaro deseja é que os governadores nordestinos estendam as mãos, se possível de joelhos, em busca das migalhas que o Governo tem para oferecer.
A região Nordeste, incluindo a população e a maioria dos gestores, já mostrou que não é nem será subserviente à atual gestão federal.
A criação do Consórcio Nordeste não é apenas uma demonstração de força, mas a opção por um projeto defendido pela maioria do povo nordestino nas eleições de outubro.
Além de reduzir custos em compras conjuntas, os estados da região pretendem lançar novos planos e retomar outros programas criados nos governos Lula e Dilma, mas extintos a partir do governo Temer, a exemplo do Mais Médicos.
Bolsonaro precisa respeitar para ser respeitado.
Ainda que a palavra respeito não apareça em seu estreito vocabulário.
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