sábado, 1 de fevereiro de 2020

A GLOBO NÃO FALA PELO BRASIL - IV

4. "O Globo deu sustentação à trama para impedir a posse de Jango, em 1961"
Por Fernando Morais, em seu Facebook

Nonato Menezes

O Globo, fundado em 1925, foi o embrião das Organizações Globo. De lá, com seus quase cem anos de existência, a marca Globo nunca inseriu em suas pautas a defesa da Democracia. Jamais advogou pelo Estado de Direito. E pior, os interesses nacionais sequer fizeram, nem fazem, até hoje, parte de suas estratégias de poder e acumulação de riquezas. Em outras palavras, de 1925 até hoje, a Globo nunca falou pelo Brasil. Quando não se manifesta explicitamente contra os interesses da Nação, ela silencia. E assim tem sido em toda sua História. 

Esta série demonstrará, ponto a ponto, como a Famíglia Marinho, uma das mais ricas do Brasil, vem desdenhando da Nação, enriquecendo mais e mais às custas do povo, em troca de seus interesses, de nações e corporações estrangeiras.

A Globo tem sido a expressão acabada da Casa Grande do Engenho Escravocrata, que não tem o escravo para esfolar, mas tem parte considerável da população para iludir e desinformar. Para isso, jamais recusou métodos criminosos para manter seu poder, notadamente em apoiar golpes de Estado, ditaduras sanguinárias, destruir reputações, proteger criminosos de colarinho branco nacionais e internacionais e sonegar impostos. 

Siga a Globo e descubra como roubar uma Nação.

Nonato Menezes

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Alzira Alves de Abreu
https://cpdoc.fgv.br/

A imprensa e seu papel na queda de João Goulart

Durante o governo de João Goulart (1961-1964), a imprensa foi um dos vetores da divulgação do fantasma do comunismo, uma das principais justificativas para a deposição do presidente. Ao mesmo tempo, propalou a existência de um caos administrativo e participou da divulgação de que era imperiosa a necessidade do restabelecimento da ordem através de uma intervenção militar.

Entretanto, após a renúncia do presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961, a imprensa defendeu a posse de Goulart, mesmo não demonstrando confiança na sua capacidade de governar o país. Nesse período, a imprensa ainda se pautava por um comportamento partidário, ou seja, refletia os interesses ideológicos dos partidos políticos, embora não fosse sustentada por eles. O debate político conduzido pelos partidos de maior penetração nacional dominou o espaço de todos os jornais de grande circulação.

A maioria dos jornais comerciais - como Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Última Hora, A Noite, Correio Brasiliense e Zero Hora – manifestou-se contra o veto dos ministros militares que pretendia impedir a ascensão de Goulart à presidência. De outro lado, O Estado de S. Paulo e O Globo se opuseram à posse. O jornal paulista chegou mesmo a se manifestar a favor da convocação das Forças Armadas para impedir que "as forças subversivas" chegassem ao poder.

A crise política levou à formação da Rede da Legalidade no dia 27 de agosto, após a ordem do ministro da Guerra, Odilio Denis, de lacrar a Rádio Gaúcha e a Rádio Farroupilha, emissoras que vinham dando cobertura à posição de defesa da posse de Goulart. O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, requisitou a Rádio Guaíba, que permanecia no ar, e tornou-a a emissora oficial do estado, sob a jurisdição da Secretaria de Segurança Pública do estado. A Rede da Legalidade contou com mais de 100 emissoras de rádio em todo o país e transmitia diretamente do Palácio do Piratini, sede do governo gaúcho, marchas militares, conclamações, apelos e informações sobre as negociações que se desenvolviam entre o Congresso e os militares. A Rede da Legalidade teve influência decisiva na tomada de posição da população em favor da continuidade democrática.

A garantia da posse de Goulart por meio de uma solução de compromisso sob um regime parlamentarista teve amplo apoio da imprensa, das estações de rádio e da incipiente televisão brasileira. De um modo geral, a imprensa defendeu uma alternativa estritamente legal.

Mas essa posição alterou-se rapidamente devido à forte radicalização política que marcou todo o governo Goulart, com uma escalada de greves, movimentos dos baixos escalões das Forças Armadas e com uma taxa de crescimento econômico em queda e elevados índices de inflação. Esse momento político assistiu também a um acirramento da Guerra Fria, o que contribuiu para exacerbar as posições ideológicas em conflito. A esses fatores se juntaram as ambigüidades do governo no encaminhamento de soluções para os problemas básicos com que se defrontava o sistema político. Tudo isso minou os apoios que o governo detinha e despertou uma oposição crescente da grande maioria das forças que compunham o espectro político. A imprensa foi se posicionando ao lado dos grupos e movimentos que seu opunham ao governo constitucional, vindo a se constituir no principal portador da mensagem contra a permanência de Goulart no poder.

Poucos jornais ficaram ao lado de Goulart, destacando-se entre eles a Última Hora, jornal que tinha grande penetração no meio sindical e estudantil, e o Diário Carioca. O Semanário, um dos órgãos mais representativos na veiculação de idéias e propostas comprometidas com a defesa dos interesses nacionais brasileiros, também apoiou o governo Goulart e denunciou, com alguma antecedência, a preparação do golpe militar. O jornal Novos Rumos, órgão semi-oficial do Partido Comunista Brasileiro, manteve igualmente posição favorável às medidas implementadas pelo governo e às reivindicações dos suboficiais militares e dos sindicatos.

O Comício das Reformas, ocorrido no dia 13 de março de 1964, e o levante dos marinheiros, no dia 25 de março, levaram o Jornal do Brasil, o Diário de Notícias, o Correio da Manhã, e outros jornais a intensificar a campanha contra Goulart. O editorial de primeira página do Jornal do Brasil, da edição de 29/03/1964, lido nos quartéis, conclamava o Exército a manter a legalidade e o estado de direito e colocava o presidente da República na ilegalidade. Os editoriais do Correio da Manhã dos dias 31 de março ("Basta") e 1º de abril ("Fora") tiveram grande repercussão junto à população, uma vez que este jornal carioca era visto como um jornal menos envolvido no clima de crescente radicalização.

Após a derrubada de Goulart, foi implantada a censura aos meios de comunicação e teve início a perseguição a lideranças políticas, sindicais e intelectuais. Alguns jornais, como o próprio Correio da Manhã, começaram imediatamente a se distanciar dos novos detentores do poder e a denunciar as arbitrariedades cometidas pelos militares.

Alzira Alves de Abreu

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1961: Livro revela bastidores do golpe que não deu certo

por Luciano Trigo
http://g1.globo.com/
Durante treze dias, em 1961, o Brasil viveu uma situação de guerra civil de fato, com mobilização de tropas e ordens de bombardeio aéreo. Em 1961 – O Golpe Derrotado (L&PM, 240 pgs. R$37), o jornalista Flávio Tavares conta como um movimento de mobilização e resistência popular paralisou e derrotou o golpe de Estado dos ministros do Exército, Marinha e Aeronáutica contra a posse de João Goulart na Presidência – e evitou a guerra­ civil. Na época repórter do jornal Última Hora, Tavares testemunhou e participou do Movimento da Legalidade junto a Leonel Brizola,­ então governador­ do Rio Grande do Sul. Da astúcia de emitir dinheiro próprio para enfrentar­ uma situação de guerra ao uso do rádio para desafiar­ as armas, o autor reconstitui em tom de reportagem detalhes pouco conhecidos desse episódio fundamental de nossa História. Revelando o lado humano e o perfil psicológico dos personagens envolvidos, ele mostra que já estavam sendo plantadas ali as sementes do o golpe militar de 1964. Já elogiado por José Saramago e Ernesto Sábato, Flávio Tavares também é autor de O dia em que Getúlio matou Allende (2004) e de Memórias do esquecimento (1999).

Leia um trecho do livro aqui.

- Se o golpe de 1961 contra a posse de Jango tivesse sido bem-sucedido, quais seriam as consequências para o país? Seriam menos funestas que as do Golpe de 64? Haveria eleições diretas para presidente a curto prazo? Ou os militares já tinham um projeto de ocupação duradoura do poder?

FLAVIO TAVARES: O golpe de Estado é sempre um delito, e se em 1961 tivesse sido vitorioso, não há dúvida de que teria sido ainda mais funesto que o de 1964. Por quê? Porque, entre 1961 e 1964, tivemos três anos de democracia plena, com a mobilização dos diferentes setores sociais, e o país estava aprendendo a ter consciência, a reivindicar e a formar cidadãos. Se o golpe dos três ministros militares houvesse triunfado em 1961, não teria levado adiante a democracia mas simplesmente a teria truncado de imediato. Eles já pensavam até no nome do novo presidente, a ser designado pelo Congresso, e que seria o coronel Juracy Magalhães, então governador da Bahia. Nenhum golpista gosta de povo, muito menos de eleição direta, com o povo elegendo seus governantes.

- Os militares que tentaram impedir a posse de Jango foram os mesmos que o derrubaram em 1964?

TAVARES: Mostro em meu livro como os derrotados em 1961 começaram a preparar a derrubada do presidente João Goulart já nos primeiros dias do seu governo. Menciono no livro documentos do escritório da CIA na Embaixada dos Estados Unidos – que funcionava no Rio, na época – sugerindo, 13 dias após a posse de Goulart, que se pensasse numa forma de derrubá-lo do poder, sob o pretexto de “ter vínculos com os comunistas”. Além dos três ministros militareS, o grande derrotado de 1961 foi o general Cordeiro de Farias, que não pôde sequer assumir o comando do Exército no Sul, para substituir os chefes que haviam se solidarizado com Leonel Brizola. Daí em diante, ele passa a ser o grande articulador do futuro golpe de 1964. O coronel Golbery do Couto de Silva foi o mentor intelectual do golpe de 1961 e, a partir da posse de João Goulart, fez a ligação dos militares golpistas com a direita civil e com a própria Embaixada dos Estados Unidos. Outro derrotado de 1961 foi o general Ulhoa Cintra, que chegou a minar pontes e estradas para impedir a passagem das tropas do Sul e passou a ser o contato entre o adido militar da Embaixada dos Estados Unidos e os golpistas, tratando até do recebimento de armas para o golpe de 1964.

- Quais foram os momentos mais dramáticos da resistência ao golpe em 1961? O que evitou que acontecesse uma guerra civil?

TAVARES: O momento mais drámático da resistência ocorreu dois dias após a renúncia do presidente Jânio Quadros, quando os ministros militares mandaram que tropas do Exército atacassem o Palácio do Governo, em Porto Alegre, onde o governador Leonel Brizola estava entrincheirado, junto com milhares de civis. Todos recebemos armas para a defesa, e nós, os jornalistas, fomos os primeiros a nos colocar nas janelas do Palácio, junto às barricadas, prontos para nos defendermos do ataque de um adversário melhor preparado militarmente e que dispunha de tanques e canhões. Depois de uma longa espera, de horas, o Exército desistiu do ataque, logo que uma coluna de jipes armados, que faria a inspeção da área junto ao palácio, foi paralisada em plena rua por uma centena de populares. A guerra civil de fato começou, como demonstro no livro, e só não foi adiante porque a Cadeia de Rádio da Legalidade, transmitindo dos porões do Palácio em Porto Alegre, mobilizou a população de todo o Brasil na campanha contra o golpe de Estado. Depois disto, o Congresso amenizou a derrota dos ministros militares e implantou o parlamentarismo, podando os poderes do Presidente da república.

- É verdade que Jango estava com uma prostituta, na China, quando recebeu a notícia da renúncia de Jânio? Como surgiu essa informação?

TAVARES: Na China não, pois não havia prostitutas por lá, na época. Mas Jango voltava da China comunista e estava na cama com uma garota de programa no hotel em Cingapura, vindo da China, quando recebeu a notícia da renúncia de Jânio Quadros, que o transformava naturalmente em Presidente da República. Pela diferenca de fuso horário, em Cingapura era madrugada, quase raiando o outro dia, quando se oficializou a renúncia de Jânio Quadros à tarde, em Brasília. Dois membros da comitiva de Jango, os jornalistas Joao Etcheverry e Raul Ryff, contaram-me detalhes dessa madrugada em Cingapura e de como transmitiram a notícia a Jango Goulart.

- Quem seriam os políticos mais beneficiados e mais prejudicados se Jango não tivesse tomado posse? Como Carlos Lacerda e JK se comportaram durante o episódio?

TAVARES: Com um golpe de Estado, em verdade, ninguém se beneficia, ainda que os anti-janguistas acreditassem que poderiam talvez levar vantagens se Jango Goulart não assumisse. Juscelino Kubitscheck tinha deixado a Presidência apenas sete meses antes e ficou em cima do muro nos primeiros dois dias, mas depois definiu-se contra o golpe, ao perceber que a resistência iniciada no Sul se espalhava pelo Pais. O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, líder civil da direita liberal, ficou a favor do golpe e começou a prender gente pelos quatro cantos do Rio de Janeiro, ocupou a sede da UNE e todos os grandes sindicatos, como o dos ferroviários e dos marítimos, em que os comunistas eram fortes, além de censurar a imprensa. Mas, depois, mesmo mantendo as prisões e a censura, percebeu o perigo do golpe de Estado e se manifestou pela posse de Jango, dando a palavra de ordem de “ser oposição forte e, se preciso, derrubá-lo”.

- Dentro das Forças Armadas, havia militares que defendiam Jango?

TAVARES: Claro que sim. As Forças Armadas dividiram-se. O III Exército, a maior força terrestre do país, atuando no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, oficialmente ficou com Brizola, a favor da posse de Goulart. No Rio, além disso, dezenas de altos oficiais, de coronel para cima, até generais, no Exército, Aeronáutica e Marinha. foram presos por se manifestarem a favor da posse de Goulart.

- Como esse episódio afetou a política internacional, e qual foi a reação dos Estados Unidos?

TAVARES: Os Estados Unidos foram surpreendidos, como todos, pela renúncia de Jânio Quadros e foram cautelosos. Mas na cautela demonstravam apoio ao golpe, pois não denunciaram a tentativa dos ministros militares, como haviam feito em outros golpes naqueles anos, como o do Peri, poucos meses antes. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil sugeriu que o Washington não se pronunciasse contra o golpe, que se calasse, não dizendo “sim” nem “não”. Os ministros militares golpistas diziam que Jango Goulart não podia tomar posse “por ser um pró-comunista”, caracterizando o golpe, assim, como resultado da Guerra Fria que dominava o mundo, e no qual os Estados Unidos eram um dos pólos.

- Como a imprensa se comportou? Hoje parece que todos os jornalistas eram legalistas em 1961…

TAVARES: Nos golpes de Estado, a primeira vítima é a liberdade, a começar pela liberdade de imprensa. Por isso, praticamente todos os jornalistas ficaram contra o golpe, contra o delito. A resistência no Rio Grande do Sul, que depois se espalhou pelo país, só se multiplicou pela ação dos jornalistas, primeiro pelos jornais, depois pela Cadeia de Rádio da Legalidade. No Sul, eu coordenei uma edição extra do antigo jornal Última Hora, que lançou na rua a luta contra o golpe. Se tiver que mencionar nomes, cito o jornalista Hamilton Chaves, secretário de Imprensa do governo gaúcho, que coordenou a Cadeia de Rádio da Legalidade, ouvida em todo o país e captada até no Caribe e na costa dos Estados Unidos, transmitindo em vários idiomas, até em árabe, tudo em trabalho voluntário. No Rio, cito o jornalista Samuel Wainer e, em São Paulo, o jornalista Josimar Moreira, ambos da Última Hora, desde o primeiro minuto contra o golpe. Prefiro não mencionar os que ficaram a favor do golpe.

- O Brizola de 1961 tinha a convicção de que um dia seria Presidente? Que avaliação você faz hoje do projeto político de Brizola?

TAVARES: Brizola não pensava nisso em 1961. Sua reação contra o golpe foi natural, algo que não necessitava explicação alguma, pois significava apenas pedir o respeito à Lei e o cumprimento da Constituição. Como ele se fez líder nacional naquele momento, creio que daí em diante, sim, ele pode ter começado a pensar na Presidência da República. Em meu livro, dou testemunho do Brizola jovem, audaz e destemido, que teve a lucidez de se rebelar contra o golpe por intuir que o possível triunfo dos golpistas transformaria o Brasil numa republiqueta sem liberdade, submissa aos Estados unidos em todas as esferas, como vinha acontecendo no resto da América Latina. Falo do Brizola de 1961.

- A era dos golpes está definitivamente ultrapassada no Brasil? Como o senhor, que foi um preso político, analisa os debates em torno da Comissão da Verdade?

TAVARES: Sim, a era dos golpes está ultrapassada, por uma simples razão: hoje, os Estados Unidos já não têm interesse em instigar as Forças Armadas do Brasil e outras nações, pois os militares se desmoralizaram no poder por si próprios, onde quer que fosse. Hoje a Guerra Fria não surge como pretexto para golpes, e a dominacão estrangeira ocorre através das empresas multinacionais. Quanto à Comissão da Verdade, é evidente que temos de ser a favor. O passado não pode ser omitido e deve ser revelado, para que as maldades cometidas nunca mais se repitam. Isto ocorre até hoje na Alemanha, com relação ao nazismo. Nos outros países com ditaduras da América Latina, como Argentina, Chile e Uriguai, o passado vem sendo exumado e revelado a cada dia, pois é absurdo e criminoso ocultar a verdade.

- Então a ideia de uma anistia ampla e irrestrita deve ser revista? Não foi ela que garantiu uma transição suave da ditadura para a democracia no Brasil?

TAVARES: Creio que a Anistia não deve ser revista e abrange a todos, aos que resistiram à ditadura, como eu e tantos mais, e também aos que defenderam a ditadura e reprimiram as lutas pela liberdade. Foi a Lei de Anistia, sim, que assegurou a transição da ditadura para a democracia no Brasil e, ao funcionar como ponte, deve permanecer intacta. Mas a Comissão da Verdade não foi instituída para terminar com a Lei de Anistia. A Comissão da Verdade não é instrumento para punir ninguém, mas sim a ferramenta fundamental para nos devolver a História real e revelar o que houve no Brasil. Será a complementação da Lei de Anistia. Só com a verdade pode uma nação se desenvolver sem débito com o passado.

1961 – O Brasil entre a ditadura e a guerra civil de Paulo Markun e Duda Hamilton (Benvirá, 368 pgs. R$43)

Segunda-feira, final de agosto de 1961. Jânio Quadros renunciara depois de apenas sete meses de governo, alegando que “forças terríveis” se levantavam contra ele. O vice-presidente, João Goulart, em viagem oficial à China, temia voltar ao país – não sabia se, ao chegar, seria empossado ou preso pelos militares contrários à sua posse. Enquanto isso, o então governador gaúcho Leonel Brizola exortava os brasileiros a resistir ao golpe que se avizinhava. A história desses dias tensos é contada aqui pelos jornalistas Paulo Markun e Duda Hamilton num trabalho detalhista e criterioso, essencial para entender um episódio crucial da história recente do país.

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