(Foto: Reuters | Reprodução)
O retrato da incompetência - e uma armadilha para mais mortes: o governo 'diz conceder' benefício de 600 reais, mas não sabe como entregar esse benefício ao trabalhador. Resultado? Aglomerações em massa (de gente pobre).
Estamos diante de um dos maiores crimes contra a humanidade, em um país sem imprensa crítica e já desgastado pela onda de ódio que essa mesma imprensa propagou como um vírus na ânsia de tirar o PT do governo.
Corremos o risco de prosseguir nessa alucinação. Não há motivos empíricos, a rigor, para se acreditar que sairemos dela quando explodirem as pilhas de cadáveres. Pelo simples fato de que não estamos conseguindo sair desse delírio coletivo criado pela imprensa há longos 5 anos.
Os executivos de jornais, de empresas e de bancos, no fundo - e das suas mesas de jantar opulentas -, celebram a mortes dos trabalhadores do andar de baixo.
Eles estão é preocupados com a economia.
Como nos 'não-idos' tempos da escravidão oficial, a preocupação deles com seus escravos-trabalhadores é uma preocupação de investimento e de força de trabalho. 'Eu paguei 200 dinheiros por este escravo! Se ele morrer, quero compensação!'
Qual o risco mais que previsível? Temos as pilhas de cadáveres e o horror nas famílias, seguidos de mais desinformação do governo e da imprensa, num mundo em que tudo parecerá normal porque "não é com você".
E se for "com você", você estará nesse limbo eterno que a população pobre brasileira sempre esteve: desassistido, atônito e gritando para o vazio.
Bolsonaro sabe como funciona a comunicação coletiva no Brasil - até porque ele é produto direto dela.
Sabe que se morrerem dois milhões de pessoas pela covid-19, basta ocultar as causas dessas mortes nas certidões de óbitos.
Quem vai provar o contrário? A ciência?
Não há testes no Brasil. Há uma política deliberada de não-testagem.
Eu sei que é difícil de acreditar em tudo isso, mas volto a perguntar: alguma coisa no Brasil, nos últimos anos, não foi difícil de acreditar?
O Brasil não´é uma roleta-russa. É pior. É uma roleta russa com seis balas no tambor, em que não há como errar.
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