POR FERNANDO BRITO
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Deve-se desculpas ao sr. Nélson Teich por ter-se achado que a sua
expressão parecia ser apenas de uma espécie de corvo do governo Bolsonaro em
meio à mortandade da pandemia do novo coronavírus.
Ele não tem sequer este talento e, dois dias depois de terem começados os ataques das falanges contra ele, o próprio Jair Bolsonaro partiu para o ataque, exigindo que seu ministro adira à já comprovadamente inútil e perigosa hidroxicloroquina e a “prescreve” para todos os casos, ainda que iniciais, em pessoas do chamado “grupo de risco”:
Não
é minha opinião porque não sou médico, mas muitos médicos do Brasil e de outros
países entendem que a cloroquina pode e deve ser usada desde o início mesmo
sabendo que não há uma comprovação científica de sua eficácia. Mas como estamos
em uma emergência, sempre foi usada desde 1955, e agora (combinada) com a
azitromicina pode ser um alento para essa quantidade de óbitos que estamos
tendo no Brasil (…) Vai ser discutido hoje com o ministro. O meu entendimento,
ouvindo médicos, é que ela deve ser usada desde o início para quem está no
grupo de risco, pessoas com comorbidades, com idade.
Como
o assunto “cloroquina” andava adormecido, é de supor que rebrotou por alguma
razão, regado por alguém.
É
que o imobilismo crônico de Teich – que já por isso desserve à Nação – não
serve à estratégia presidencial de criar um clima de guerra interna, confrontando
os governadores e atirando sobre eles a “culpa” pelo desastre que enfrenta na
epidemia e o que se enfrentará na economia.
Osmar
Terra, como um bom soldado da estupidez, continua salivando pelo posto e
oferecendo a Bolsonaro – como fez no final de semana, na Globonews – dizer que
é a economia que tem de ser salva, não as vidas humanas.
A
ambição, a falta de caráter e a perda do espírito médico levaram Teich a esta
cobrança precocíssima do Mefistófeles palaciano.
Terá
entregue o nome e a alma por menos de um mês de poder nenhum.
Ao
menos poderá ir ao salão, liberado por Bolsonaro, dar um jeito no cabelo que
lhe dá um ar funéreo.
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