quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Há duas hipóteses para votos do PDT pró-PEC: nenhuma favorável a Ciro


Acorda!, você está no Brasil, país onde tudo se compra e tudo se vende. E a prova maior é que a bancada de deputados mais umbilicalmente ligada a Ciro - do PDT do Ceará - se vendeu.
A votação da PEC do Precatório deixa Ciro Gomes em má situação. A PEC foi aprovada com 10 votos do PDT, seu partido. Mais: dos pedetistas cearenses, apenas um votou contra a PEC: Idilvan Alencar. Os demais votaram com a PEC. Entre eles, André Figueiredo e Leônidas Cristino, batom na cueca de Ciro. Leônida foi Ministro do governo Dilma Rousseff, indicado justamente pelos Ferreira Dias. Ciro se manifestou solenemente contra os votos, ameaçando inclusive retirar a candidatura a presidente.

Há duas hipóteses, nenhuma favorável a Ciro.

A benevolente é que ele não exerce liderança nem entre sua base mais próxima, o PDT do Ceará. Sendo assim, como pretende governar no grito, peitando todos os poderes e armado unicamente de suas convicções? Como pretende enquadrar o Congresso fisiológico, as Forças Armadas – que se tornaram um partido político fisiológico, um Ministério Público majoritariamente bolsonarista, um Supremo que, segundo o presidente do BTG André Esteves, come nas mãos do mercado e uma mídia totalmente submissa ao mercado?

Ciro tem noção dos pontos centrais para reconstrução do país. Erra redondamente em um ponto central: a necessidade de juntar todos os setores em torno de um projeto nacional. Seu bonapartismo é irrealista. Acha que o fato de ter um bom diagnóstico e explicitá-lo será suficiente para juntar o país em torno de um projeto de salvação nacional.

Acorda!, você está no Brasil, país onde tudo se compra e tudo se vende. E a prova maior é que a bancada de deputados mais umbilicalmente ligada a Ciro – do PDT do Ceará – se vendeu.

A segunda hipótese é do jogo de cena. Ao apoiar o governo, tirando dinheiro do pobre – maioria absoluta dos credores de precatórios -, cada deputado ganha um naco do orçamento secreto, facilitando a reeleição em 2022. Assim, o adesismo agora ajudaria a fortalecer a bancada do PDT em 2022.

Em qualquer das hipóteses, Ciro perde.

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