Fontes: Rebelión [Imagem: Lula durante evento organizado pelas centrais sindicais em 1º de maio de 2022 em São Paulo. Créditos: site do Lula]
https://rebelion.org/
Neste artigo, o autor analisa o impacto que a criação de uma moeda única para a integração regional teria na América Latina.
Em seu discurso de 1º de maio, em São Paulo, Lula propôs a adoção de uma moeda única que agilizaria o processo de integração na América Latina. A proposta do ex-presidente é baseada em um artigo publicado por Fernando Haddad -ex-candidato do PT à presidência do Brasil e atual candidato a governador de São Paulo- e por Gabriel Galípolo -um jovem economista universitário- na Folha de São Paulo .
Os autores mencionam que, diante do lento processo de avanço da integração e, mesmo, em momentos de retrocessos, a criação de uma moeda sul-americana poderia potencializar esse processo, fortalecendo a soberania monetária dos países da região, que enfrentam limitações econômicas devido à fragilidade internacional de suas moedas.
“Se dentro de cada nação o Estado e suas moedas são soberanos, nas relações internacionais a lógica é diferente”, dizem os autores. A hierarquia entre as moedas nacionais no sistema financeiro internacional, com o dólar no topo, dá aos Estados Unidos o privilégio de emitir moeda internacional.
O uso da moeda no cenário internacional, questão incontornável com a guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia, renova o debate sobre a soberania e a capacidade de autodeterminação dos povos, especialmente para os países com moedas não conversíveis. Como nas ameaças de guerra, as reservas internacionais funcionam como defesa das moedas domésticas. Mas com os países emergentes, todos sofrem limitações econômicas devido à fragilidade internacional de suas moedas.
O início de um processo de integração monetária na região é capaz de gerar uma nova dinâmica para a consolidação do bloco econômico, oferecendo aos países as vantagens de acesso compartilhado e gestão de uma moeda mais líquida. Moeda emitida por um Banco Central Sul-Americano, com grande capitalização inicial feita pelos países membros, proporcional à sua participação no comércio regional. A nova moeda poderia ser usada tanto para fluxos comerciais quanto financeiros entre países da região.
Os países membros seriam creditados com uma dotação inicial do SUR, podendo adotá-la em seus países ou manter suas moedas. As taxas de câmbio entre as moedas nacionais e o SUL flutuariam.
A criação de uma moeda sul-americana é a estratégia para acelerar o processo de integração regional, constituindo um poderoso instrumento de coordenação política e econômica para os povos da região. É um passo fundamental no sentido de fortalecer a soberania e a governança regional, que certamente se mostrará decisiva em um novo mundo.
Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor através de uma licença Creative Commons , respeitando sua liberdade de publicá-lo em outras fontes.
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