Qual é o papel dos players globais e suas políticas para retirar a proteção do meio ambiente. O objetivo dos operadores financeiros e das corporações alimentícias é o desmantelamento das regulamentações que protegem a Amazônia no Brasil. Dos fundos abutres à Cargill, Bunge e a poderosa empresa de papel Suzano.
Se o Brasil arrisca seu futuro político nas eleições presidenciais de 2 de outubro, seu modelo econômico de agronegócio na Amazônia é discutido todos os dias. A depredação florestal dessa beira do planeta não tem esse único lado a analisar: os danos ambientais. De qualquer forma, isso é consequência da política promovida pelo governo de Jair Bolsonaro. Seu projeto estrela chama-se Ferrogrãoou trem de grãos que cruzará a floresta em um trecho de 933 quilômetros e ligará o norte do estado de Mato Grosso ao porto de Miritituba, no vizinho Pará. A ideia é levar a soja daquela região – o país é o maior produtor mundial – para o Atlântico e a um custo menor do que o gerado por caminhões. Mas isso, além de outras obras de infraestrutura, exige capital e o papel ativo do Estado, que por enquanto controla os militares e os oficiais de alta patente que o colonizaram em massa. O que não se sabe – pelo menos fora do mundo das finanças – é quem está pagando o caminho para o transgênico El Dorado , onde os maiores vencedores são as grandes corporações norte-americanas Cargill e Bunge, além da brasileira Amaggi.
Em um relatório da Progressive International (PI) intitulado O financiamento por trás do lobby do agronegócio brasileiro , publicado em 1º de setembro, JP Morgan Chase, Bank of America e o fundo BlackRock aparecem no topo da lista de contribuintes, cada um com “U $S 1000 milhões investidos na rede de financiadores do pecuarista”. O título do trabalho também menciona outras empresas como “Suzano, JBS, Marfrig, Cargill e ADM, gigantes do agronegócio que exercem seu poder empresarial para influenciar a política brasileira contra os interesses do meio ambiente, camponeses, indígenas e das massas trabalhadoras de todo o Brasil".
A Internacional Progressista é uma organização composta, entre outros, pelo atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro; o intelectual americano Noam Chomsky; o ex-presidente do Equador, Rafael Correa; o ex-vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera; o ex-juiz espanhol Baltazar Garzón; o ex-chanceler de Lula, Celso Amorim; a Ministra da Mulher, Gênero e Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta; além da ex-embaixadora argentina na Venezuela, Alicia Castro. As informações do primeiro dia deste mês são baseadas em pesquisas e dados de duas plataformas: De Olho nos Ruralistas (observatório do agronegócio que significa algo como Observando os Ruralistas ) e Florestas & Finanças (Florestas e finanças)., que fornece estatísticas sobre operações multimilionárias em atividades de alto impacto ambiental, como agricultura e mineração.
Entre 2019 e 2021 – diz a investigação – “bancos transnacionais e fundos de investimento contribuíram com mais de 27 bilhões para empresas que fazem parte da cadeia de financiamento do Instituto Pensar Agro (IPA) formado pelo grupo de especialistas por trás da Frente Parlamentar da Agricultura ou (FPA)”. A chamada bancada ruralista com forte poder de lobby e aliada do presidente de extrema-direita.
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