Moro em campanha (Foto: Reprodução)
"A mídia submeteu-se à manipulação de um juiz que usurpou de seus poderes para sabotar direitos dos acusados e ninguém fala mais nisso", diz Mario Vitor Santos
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Não se pode cravar ainda nenhum resultado nesta eleição, mas um dos maiores fenômenos já está evidente ha algum tempo, tornando-se tão explícito quanto silenciado.
Trata-se da traição da mídia corporativa de direita brasileira ao ex-juiz e agora candidato ao Senado pelo Paraná Sérgio Moro.
Nas últimas pesquisas, Moro está perdendo a disputa para Álvaro Dias por cerca de dez pontos, ficando desempregado.
Uma busca mostra que o ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro foi completamente abandonado por seus companheiros de jornada nos meios de comunicação, aqueles com quem ele estabeleceu, durante a operação Lava Jato, a mais extensa e produtiva colaboração.
Não se encontra agora mais um artigo, uma reportagem, um editorial nem mesmo uma coluna ou notinha, para defender Moto, sua candidatura e seu legado de destruição. Existem, sim, entrevistas protocolares. Descartado depois de contribuir decisivamente para derrubar o governo da petista Dilma Rousseff, Moro tornou-se agora um pária, um exilado ignorado por todos - uma espécie de Gorbatchev brasileiro, anulado após o serviço feito.
Onde estão hoje gente como Eliane Cantanhede, Merval Pereira, Augusto Nunes, Marcelo Coelho, Elio Gaspari e a família Leitão? Todos fizeram tabelinha para elevar o ex-juiz ao status de super-herói. E onde está o quinteto dos repórteres da Lava Jato posando vitoriosos em foto célebre? Todos estão agora calados fazendo expressão de paisagem. A mídia até hoje não fez nenhuma autocrítica de sua participação na imputação fraudada de crimes a Lula e tantos outros. A mídia submeteu-se desejosamente à manipulação de um juiz que usurpou de seus poderes para sabotar os direitos de defesa dos acusados e ninguém fala mais nisso.
Desde um artigo publicado em 2005, ainda antes de virar o semideus dos veículos de comunicação, Moro defendia o uso da mídia para "trabalhar" a opinião pública, numa inversão do princípio de que o Judiciário deve ignorar elementos estranhos às provas do processo.
Na Lava Jato, a mídia de direita, ávida por demolir as gestões petistas, e encontrou o personagem perfeito para fazer o serviço de fazer ruir as chamadas regras da democracia.Agora, ninguém mais o defende, pois isso implicaria voltar a mexer com o tema do erro que repórteres, colunistas e veículos pretendem ocultar a qualquer custo. No enterro político do ex-amigo, os antigos acólitos jogam agora mais uma pá de terra. Antiga esperança da terceira via, ele foi rebaixado de presidenciável a candidato a senador. Nem mesmo a recente busca e apreensão sofrida por Moro a mando do TSE retirou do mutismo seus brothers de ontem.
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