
Fontes: Revolta [Imagem: Lula da Silva entrando no Centro Cultural Banco do Brasil para participar de reunião com os sindicatos em 1º de dezembro de 2022. Créditos: Antonio Cruz/Agência Brasil]
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Neste artigo, o autor analisa a trajetória de vida de Lula que o levará a ser proclamado presidente do Brasil pela terceira vez.
Lula vai subir pela terceira vez a rampa do Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro. A primeira vez que ele fez exatamente vinte anos atrás. Ele deixou a presidência brasileira com 87% de apoio, mesmo com a grande maioria da mídia contra ele.
Desde então, Lula está à frente do Brasil há oito anos, viveu seis anos no governo Dilma Rousseff e passou 540 dias na prisão. Ele foi, portanto, o personagem central da história política brasileira.
Aliás, sua própria vida se confunde com a história do Brasil há mais de setenta anos. Primeiro, por ter nascido na região mais pobre do país – o nordeste. Imediatamente após a viagem de milhões de outras pessoas como sua família, viajando no transporte chamado “ pau de arara ” para o sul do Brasil, como um imigrante nordestino. Seu sobrenome –Silva– é o mais popular e característico das famílias pobres.
Em São Paulo foi engraxate, cadete, entre tantas outras atividades para os filhos de sua geração. Até que, escolhido pela mãe para ser filho da família que iria estudar, fez o curso de mecânico.
Sua trajetória de vida fez parte do processo de industrialização dos anos 50, que promoveu São Paulo como a mais importante província do país. Assim como fez parte do processo de urbanização, que transformou radicalmente o Brasil nas décadas de 50, 60 e 70.
Lula fez parte da nova classe trabalhadora brasileira, que transformou a estrutura de classes do país. Foi protagonista da formação da nova esquerda brasileira, com a formação do PT, da CUT, do MST, entre outras organizações. Foi o principal dirigente sindical na resistência à ditadura militar, liderando as greves mais importantes do país, essenciais para enfraquecer e levar à queda da ditadura.
Até que, após ser candidato três vezes à presidência do Brasil, foi eleito presidente em 2002. Em 1º de janeiro do ano seguinte, subiu pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto.
Ele se tornou o melhor e mais popular líder político brasileiro e o brasileiro mais conhecido no mundo, depois de Pelé. Ele foi eleito e reeleito presidente, escolheu seu sucessor no cargo. Como presidente, promoveu a melhoria das condições de vida da massa da classe trabalhadora brasileira, em particular dos trabalhadores nordestinos, que havia abandonado devido às condições miseráveis de vida da população nordestina.
A seca, a falta de água em toda a região, um dos motivos da miséria e da imigração de milhões de pessoas como ele, só foi superada quando Lula, como presidente do Brasil, promoveu a transposição do rio São Francisco, levando água para toda a região. Como se diz, saiu do nordeste por falta de água e voltou levando água para todo o nordeste.
Mas, dentre todos os fenômenos tão importantes que Lula viveu e protagonizou, o que mais se destacou foi sua presidência do Brasil. Do Palácio do Planalto, liderou o mais importante governo desde Getúlio Vargas. Na verdade, seu governo foi o momento mais importante, até agora, da história brasileira.
Sua própria vida se confunde com a própria história do Brasil. Como um filho pobre do nordeste do país. Como imigrante no sul do Brasil. Como trabalhador e sindicalista. Como o líder de esquerda mais importante do país. Como o presidente mais proeminente. Como preso político. Como presidente do Brasil, novamente, três anos depois de sair da prisão, tendo provado sua inocência.
Lula reocupa a presidência pela via democrática do voto popular. Ele volta a essa posição com o país nas piores condições que já viveu.
Ele viveu as piores condições de miséria que o Brasil já conheceu. Ele foi um dirigente sindical para lutar contra aquela miséria. Promoveu o crescimento econômico, que teve a região mais desenvolvida em seu governo no Nordeste.
Lula tem a possibilidade de recuperar a situação crítica do Brasil que herda pela segunda vez. Ele deixará o governo 24 anos após o início de seu primeiro governo, aos 81 anos.
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