domingo, 14 de abril de 2024

STF, TWITER (X) e o debate de superfície


Nonato Menezes

Balzac nos deixou uma mensagem irrefutável: “Atrás de toda grande fortuna há um crime”. Me parece que atrás da fortuna de Elon Musk não há apenas um crime, mas vários.

Musk é um bilionário sul-africano, com porto seguro nos EUA, que contraria fielmente o poema Desejo de Victor Hugo:

“Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga “Isso é meu”,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem”.

Musk é esse cara excêntrico, na visão de muitos, que “venceu na vida”, rico e poderoso, mas bichinho pequeno diante da fortuna. É a fortuna quem manda nele, não ao contrário. Por isso, sem autonomia, sem dignidade, comete crimes.

Musk está envolvido em várias tramas criminosas, sendo a mais “espetacular”, sua contribuição no golpe de estado na Bolívia, cujo pano de fundo seria seus interesses nas reservas de lítio, mineral importante e necessário à produção dos carros elétricos de sua empresa, a Tesla.

Nessa empreitada, Musk chegou a afirmar que “'Daremos golpe em quem quisermos'.

É esse criminoso que pautou o debate no Brasil nos últimos dias.

Toda mídia brasileira, corporativa ou não, se embrenharam na discussão provocada por ele, quando afirmou que “não cumpriria” decisões judiciais sobre suspensão de contas na rede social dele, de nazifascistas brasileiros.

O alvoroço foi geral. Pena que não saiu da superfície. Quase toda discussão gira em torna da “liberdade de expressão”, das atitudes do ministro Alexandre de Moraes, entre outras. Quase nada sobre a questão de fundo, que é a grana, o dinheiro, a fortuna que manda no “bem-sucedido” bilionário sul-africano.

Toda essa disputa mostra que o interesse econômico é que faz a roda girar. É só seguir o dinheiro que chegaremos ao ponto que clareia o submundo dessa disputa. E nessa disputa tem o fator China.

A China se antecipou e chegou ao Brasil, também, através da BYD, fabricante de carros elétricos, antes da Tesla. Num mercado potencial e muito importante para carros elétricos, a BYD deixou a Tesla a apreciar a paisagem. Isso, no universo econômico capitalista, soa como vitória e derrota, com presságios nada promissores para quem está perdendo a disputa.

É isso, o fator econômico, a grana, que está em jogo. É o que sempre fez e faz a roda girar. O mais, nesse caso, é bijuteria.

Só espero que nos bastidores da política e da geopolítica, o governo brasileiro esteja roendo por dentro, que esteja sendo pragmático em defesa dos nossos interesses.

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