quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Natuza Nery, a Globo e os bolsonaristas

Natuza Nery, da Globonews (Foto: Divulgação)

Paulo Henrique Arantes
brasil247.com/

A jornalista Natuza Nery, da Globo News, foi abordada de modo agressivo por um policial civil dentro de um supermercado paulistano, na noite de 30 de dezembro. Arcênio Scribone Júnior é o nome do cidadão, para quem pessoas como Natuza deveriam ser “aniquiladas”. Desnecessário dizer tratar-se de bolsonarista. Ele apagou os conteúdos de suas redes sociais depois de a jornalista registrar boletim de ocorrência, mas, antes disso, capturas de tela feitas pelo jornal O Globo mostraram aquela coisa toda inerente a essa gente: ataques à imprensa, ao Judiciário, estímulos a golpe de Estado.

Não são necessárias pesquisas aprofundadas para constatar que entre policias impera a truculência no trato da divergência política, replicando-se a violência tantas vezes gratuita que destinam a pobres e negros no dia-a-dia do seu trabalho policial. Quem espera deles respeito a uma mulher jornalista?

O policial que ofendeu a profissional da Globo News é o estereótipo do bolsonarista. Odeia a Globo pelas razões erradas e gosta de testar a coragem feminina. Deve ser tão misógino quanto o próprio Jair Bolsonaro. Deu-se mal com Natuza e pode ser expulso da corporação.

Machista, misógino, violento, reacionário, golpista. A lista de qualificativos pode ser resumida em um só termo: bolsonarista, essa palavra relativamente nova para designar o macho boçal (mulheres bolsonaristas ficam para outro artigo). Perdem-se alguns amigos por se transmutarem no curso da vida até chegarem a esse apogeu de ignomínia; outros, desde sempre crentes da bestialidade, por abandonarem o armário reacionário.

É invencível a crença dessa horda nos valores mais retrógrados da civilização. Sua bandeira balança entre os Estados religioso e militar. São piegas ao extremo, disseminadores de mensagens de amor de manhã e de ódio à tarde. Não hesitam em bajular superiores hierárquicos, muito menos em espezinhar subalternos.

O ódio ao jornalismo compõe seu perfil, e Natuza deu e dá boas estocadas no bolsonarismo em que o governador Tarcísio de Freitas, chefe da polícia paulista, está inserido. Figuras como a do policial Arcênio Scribone Júnior devem enxergá-la como defensora de bandidos, petista, lulista, comunista (risos).

Já a repulsa à Globo, a que os bolsonaristas chamam de “Globolixo”, tem dois vieses. A emissora que apoiou a ditadura militar e que sempre boicotou Lula não comprou Bolsonaro, por aberrante demais, apesar de simpatizar com o neoliberalismo de Paulo Guedes. Já no campo da dramaturgia e do entretenimento, vem contemplando as diversidades, ainda que às vezes de forma hipócrita.

Bolsonaristas não suportam coisas como diversidade e direitos humanos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

12