sábado, 1 de março de 2025

Zelensky levou seu país ao desastre e vai sozinho para o lixo da história

Zelensky vai sozinho para o lixo da história (Foto: Brian Snyder/Reuters)

Diante da derrota, Zelensky se recusa a ceder, mesmo que isto represente uma ameaça à paz mundial

José Reinaldo Carvalho

O bate-boca entre o chefete do imperialismo estadunidense Donald Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca nesta sexta-feira (28) expôs ao mundo a realidade incontornável da derrota ucraniana: a liderança irresponsável de Zelensky, sua recusa obstinada a negociar a paz e a consequente destruição do próprio país. Trump, ao afirmar que Zelensky “não está pronto para a paz”, evidenciou a principal responsabilidade pela tragédia humanitária e militar que assola o país do Leste europeu.

Desde o início do conflito, Zelensky assumiu uma postura belicosa contra a Rússia e submissa às potências imperialistas ocidentais, rejeitando sistematicamente oportunidades de negociação.

Sob sua liderança, a Ucrânia perdeu centenas de milhares de soldados, viu seu exército ser destroçado e comprometeu seu futuro como nação soberana. Mais do que isso, a instabilidade provocada pela guerra se alastrou pelo mundo, que passou a viver sob o risco de uma confrontação global.

O bate-boca entre os dois líderes deixou claro que o apoio incondicional dos EUA à Ucrânia acabou. Trump e seu vice, JD Vance, enfatizaram a necessidade de resolver o conflito. Em resposta, o presidente ucraniano reafirmou sua inflexibilidade, ignorando os custos humanos e materiais de sua política de confronto e o quanto isto provoca instabilidade internacional.

O resultado da altercação no Salão Oval foi um rompimento sem precedentes na relação entre Washington e Kiev, deixando a Ucrânia ainda mais isolada, o que levará à definitiva derrota.

A realidade é que a Ucrânia já perdeu a guerra. A contraofensiva fracassada de 2023, o avanço territorial russo e a incorporação das regiões de Donetsk, Lugansk, Kershon e Zaporizhia à soberania estatal da Federação Russa, além da reafirmação da Crimeia como região pertencente à Rússia, consolidam essa derrota. No entanto, Zelensky persiste na ilusão de que mais armas e sacrifícios humanos podem reverter o cenário. É um equívoco trágico que apenas prolonga o sofrimento do povo ucraniano.

O episódio na Casa Branca evidenciou que, para os EUA, Zelensky tornou-se um problema, não uma solução. Trump, ao afirmar que “Putin quer um acordo”, oferece uma saída honrosa ao presidente-fantoche ucraniano. Completamente alheio ao sofrimento de sua nação, Zelensky não se mostrou capaz de compreender essa realidade, por isso se expôs ao vexame.

O futuro da Ucrânia depende de uma mudança radical de postura. Persistir na guerra sem perspectivas de vitória é condenar o país à destruição total. Zelensky deveria aprender a lição: sem acordo com um país coberto de razão em suas ações políticas e militares, cairá no lixo da história, como o principal responsável pela tragédia ucraniana.

As razões da Rússia

A decisão da Rússia de lançar a Operação Militar Especial em 24 de fevereiro de 2022 não foi um ato de “agressão gratuita”, como Zelensky e seus aliados imperialistas ocidentais afirmam, mas uma resposta inevitável a uma escalada provocada pelos Estados Unidos, a OTAN, a União Europeia e pelo regime instaurado em Kiev após o golpe de Estado de 2014. Durante anos, Moscou alertou sobre os riscos da expansão da Aliança Atlântica para suas fronteiras e sobre a perseguição sistemática das populações russófonas no Donbass. No entanto, suas advertências foram ignoradas, e a situação se tornou insustentável.

O golpe que passou à história como Euromaidan, apoiado diretamente por Washington e Bruxelas, destituiu um governo eleito e trouxe ao poder forças com claras inclinações neonazistas, que passaram a promover políticas abertamente hostis à população russófona da Ucrânia. A promulgação de leis que baniram a língua russa da esfera pública e a repressão contra a oposição política demonstraram que Kiev não estava disposta a respeitar seus próprios cidadãos de origem russa.

Além disso, os Acordos de Minsk, assinados para garantir a autonomia de Donetsk e Lugansk dentro da Ucrânia, foram sistematicamente sabotados por Kiev com o aval de potências ocidentais. Em 2022, líderes europeus como Angela Merkel e François Hollande admitiram que nunca tiveram intenção de implementar esses acordos, apenas os utilizaram para dar tempo à Ucrânia fortalecer suas forças armadas.

Entre 2014 e 2022, as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk foram alvo de bombardeios incessantes por parte do exército ucraniano e de batalhões neonazistas como o Azov e o Aidar. Estima-se que cerca de 14 mil pessoas morreram nesse período, grande parte civis. O Ocidente fechou os olhos para essa realidade, ao mesmo tempo em que fornecia armamentos e treinamento para as forças ucranianas, preparando o país para uma confrontação direta com a Rússia.

Quando Kiev intensificou os ataques ao Donbass no início de 2022 e se recusou a negociar uma solução pacífica, Moscou percebeu que era chegada a hora de intervir para proteger seus compatriotas.

A iminente adesão da Ucrânia à OTAN representava uma ameaça existencial para a Rússia. Significaria a instalação de bases militares e sistemas de mísseis a poucos quilômetros de Moscou, além de encorajar uma postura cada vez mais belicista por parte do regime ucraniano. Desde 2014, os EUA e a OTAN vinham transformando a Ucrânia em um bastião militar avançado, fornecendo armas, instalando laboratórios biológicos e promovendo treinamentos conjuntos.

O Ocidente ignorou as propostas russas para a segurança coletiva da Europa, feitas por Putin em dezembro de 2021. Se a Rússia não agisse, estaria condenada a assistir à sua própria contenção estratégica e ao genocídio da população do Donbass.

Desde o início da operação, as potências ocidentais intensificaram seu apoio militar a Kiev, com o envio de tanques, mísseis de longo alcance e até a perspectiva de fornecimento de aviões de caça.

No entanto, a Rússia demonstrou resiliência, mantendo sua posição e ampliando seu controle territorial em regiões historicamente russas, como Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, que optaram por se integrar à Federação Russa por meio de referendos.

Em tal cenário, a Rússia demonstrou que a operação militar na Ucrânia não apenas era necessária para sua segurança e soberania, mas também foi a única forma de impedir a consolidação de uma ameaça existencial. A responsabilidade pelo conflito recai, sem dúvida, sobre aqueles que optaram pela provocação e pelo expansionismo militar em detrimento da paz e da estabilidade mundial.

É necessário ainda recordar que a Ucrânia se recusou sistematicamente a negociar com a Rússia. Chegou mesmo a decretar a proibição de entabular conversações com aquele país.

Conduta desastrosa

Durante os últimos três anos, Zelensky fez exigências irrealistas, constantes em uma proposta de 15 pontos para um acordo de paz, que incluía a retirada das forças russas e garantias manu militari de segurança internacionais. Exigências que reiterou nos últimos dias, quando o quadro político se alterou totalmente com a mudança de comando na Casa Branca.

A posição de Trump

A posição de Donald Trump pelo fim do conflito na Ucrânia, ao menos por um cessar-fogo imediato, reflete uma decisão irrevogável, correspondente aos interesses imperialistas estadunidenses na atual fase de decadência, no quadro mundial da multipolaridade . Trump não quer se associar a uma derrota política e militar e necessita dar um sinal ao público doméstico de que cumprirá a promessa de não canalizar recursos para ações que não correspondam estritamente ao seu propósito de “Tornar a América Grande de Novo”. Visando aos seus interesses estratégicos, sabe que não é o momento de dispersar forças, o que explica a tentativa de cooperação com a Rússia no momento de exacerbação da rivalidade interimperialista com a declinante União Europeia e a luta permanente para conter a ascensão da grande força política, ideológica e militar do mundo multipolar, a China socialista.

Por outro lado, a posição de Trump ainda é precária, pois não depende dele, como pretende. A Rússia acha inócuo apenas um cessar-fogo. Quer um acordo de paz duradouro. Não cederá territórios nem aceitará a presença de tropas estrangeiras como “garantidoras da paz”. Isro mostra que ainda há um longo caminho a percorrer. Nesse ínterim, Zelensky é o primeiro obstáculo a ser removido.



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