O que nos deixa indignados e fora do sério é a desfaçatez, a “caradurice” institucionalizada com que estão tratando a verdade, a maior vítima do atual surto de convicções
por Mauro Santayana // http://www.redebrasilatual.com.br/
MARCIA MINILLO / RBA
De tanta mentira, distorção e hipocrisia, o Brasil tem se transformado em um país em que a realidade está sendo substituída por fantásticos paradigmas, absorvidos e disseminados como verdades, que adquirem a condição de inabalável convicção na cabeça e nos corações de quem os adota, a priori, emocionalmente
Convicções arraigadas, quando não nascem da informação, da razão, do conhecimento, costumam ser fruto do preconceito, da ignorância ou do ódio. Não é por acaso que entre as características do fascismo, a mais marcante está em colocar, furiosamente, convicção acima da razão. Por ter forte convicção de que os judeus, os comunistas, os ciganos, os homossexuais eram seres sub-humanos, os nazistas praticaram atrocidades como guardar em vidros de formol milhares de pênis e cérebros arrancados dos corpos de prisioneiros, esquartejar pessoas para fazer sabão, adubar repolhos com cinzas de crematório ou recortar e curtir pedaços de pele humana para colecionar tatuagens e fazer móveis e abajures, em um processo que começou justamente nos tribunais, com a gestação da jurisprudência racista e assassina das Leis de Nuremberg.