Com a colaboração de Bruno Lima Rocha[1]
“Esta é a arquitetura quase fantasmagórica - porém concreta - por trás de uma simples compra online no eBay”
“Neste período de transição, que ainda está longe de terminar ou de chegar a bom termo, é indiscutível a retomada da hegemonia americana. O que não se sabe é a viabilidade dos EUA se transformarem, de forma estável, numa economia cêntrica a partir da qual o mundo seria reorganizado por uma nova geografia econômica e política”. Maria da Conceição Tavares, “A retomada da hegemonia norte-americana”, 1985.
A proposta desse artigo é expor uma linha de interpretação básica, de forma resumida, a respeito dos moldes da governança global no quesito do complexo tecnológico das telecomunicações, bem como o laço geoestratégico da economia política internacional. Por conseguinte, como demonstrado no artigo “A sonda Voyager1- desmente o dicurso neoliberal do Ministro Meirelles” (recomenda-se sua leitura antes deste) os advogados da ortodoxia econômica, ou novo liberalismo – encarado por eles como a economia em si mesma, ou, “a única alternativa”, com dizia Margareth Thatcher – são incapazes de pensar sobre questões relativas ao poder nacional, administração pública e governança global, as quais são questões co-determinantes do mundo real. Não que esta capacidade interpretativa seja muito distante ou quase inalcançável em função da ausência de erudição propalada por este neoliberalismo vulgar e doutrinário, mas sim por que todas as tentativas de falsificação das evidências se transformam em rodopio retórico na busca de modelos metafísicos – ridículos em termos científicos – mas perigosíssimos para qualquer forma de relação social.